27 nov, 2015 - 16:33 • Conceição Sampaio
É a primeira vez que o Papa Francisco pisa solo africano. No aeroporto internacional de Jomo Kenyatta, em Nairobi, capital do Quénia, Francisco foi recebido em clima de festa ao som de "Karibu Quénia" (bem-vindo ao Quénia).
No seu primeiro discurso oficial, diante do Presidente e das mais altas figuras do estado do Quénia, Francisco incentivou os quenianos a lutar contra as divisões sociais e disse que “a violência, os conflitos e o terrorismo” se alimentam “com o medo, a desconfiança e o desespero que nascem da pobreza e da frustração”.
Francisco começou o seu segundo dia de visita ao Quénia com um encontro inter-religioso em que ele falou do terrorismo e lembrou que o nome de Deus "nunca deve ser usado para justificar o ódio e a violência. (...) Com demasiada frequência, os jovens tornam-se extremistas em nome da religião".
Depois do encontro ecuménico, o Papa celebrou missa no Campus da Universidade de Nairobi. Perante milhares de pessoas renovou a defesa da família como motor da sociedade.
Depois da missa, o Santo Padre reuniu-se com um grande grupo de padres, religiosos e religiosas em St Marys School onde, num discurso improvisado, sublinhou a importância do serviço e da humildade das pessoas que têm vocação religiosa.
À tarde, o Papa visitou e discursou na sede do Programa Ambiental das Nações Unidas em Nairobi. Francisco salientou a importância da cimeira de Paris, que decorre entre os dias 30 de Novembro e 11 de Dezembro, na capital francesa.
No terceiro e último dia no Quénia, o Santo Padre começou por visitar o bairro de lata de Kangemi, em Nairobi. Francisco mergulhou no coração da pobreza e voltou a propor a consagração do direito efectivo aos “três T”: terra, tecto e trabalho.
De seguida, o Papa partiu para um encontro com jovens no Estádio Kasarani, onde falou de corrupção e admitiu que ela existe dentro do Vaticano: “é algo que se entranha em nós. É como o açúcar, é doce, nós gostamos, é fácil. E depois, de tanto açúcar fácil, acabamos por ficar diabéticos ou o nosso país fica diabético”.
Francisco partiu esta sexta-feira para o Uganda, segunda etapa da viagem a África, a primeira na vida do atual pontífice argentino, que se prolongará até segunda-feira, depois da visita de dois dias à República Centro-Africana.