30 nov, 2015 - 18:59 • Aura Miguel , em Roma
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“É agora ou nunca!”
É esta a posição do Papa Francisco sobre a cimeira de Paris – COP21 – que decorre durante estes dias e onde os líderes mundiais discutem medidas para combater as alterações climáticas.
Numa conferência de imprensa a bordo do avião que o transportava de volta da República Centro-Africana, Francisco foi questionado sobre as suas expectativas acerca da cimeira, que classifica como crucial.
“Desde a primeira conferência, que foi em Tóquio, até hoje, fez-se pouca coisa e, cada ano, os problemas são mais graves. Atingimos o limite! Estamos no limite de um suicídio – para usar uma palavra forte. Estou certo que a quase totalidade dos que estão em Paris no COP 21, têm esta consciência e querem fazer alguma coisa”, afirmou.
Esta foi a primeira vez que o Papa esteve em África em toda a sua vida. Francisco, que esteve no Quénia, Uganda e República Centro-Africana – para onde viajou apesar dos riscos – não escondeu o seu amor pelo continente que, diz, tem sido sistematicamente vítima de exploração. “A África é uma vítima, sempre foi explorada por outras potências. Era da África que vendiam os escravos para a América. Há potências que só procuram ficar com as grandes riquezas de África – que é, talvez o continente mais rico – mas não pensam em ajudar. É a exploração! A África é mártir da exploração dos outros.”
“E aqueles que dizem que em África só há calamidades e guerras, não percebem bem os danos que causam à humanidade certas formas de desenvolvimento. Por isso amo a África, porque foi vítima de outras potências”, concluiu.
Tal como já tinha acontecido com Bento XVI quando visitou África, os jornalistas pediram a opinião do Papa sobre a contracepção. Francisco, porém, não respondeu directamente, apontando antes o dedo ao que diz ser o verdadeiro problema. “É a malnutrição, a exploração das pessoas, o trabalho escravo, a falta de água potável, esses é que são os problemas! Não falemos se se pode usar um ou outro penso-rápido para uma certa ferida, a grande ferida é a injustiça social”.