07 dez, 2015 - 21:19 • Filipe d'Avillez
Encontra-se à venda nas livrarias uma colecção de oito livros que tem por objectivo ajudar a viver o Jubileu da Misericórdia.
Com o nome “Misericordiosos como o Pai”, este lote de oito pequenos livros – cada um custa 8,90 euros – aborda várias vertentes da Misericórdia, incluindo a liturgia, o sacramento da reconciliação, os salmos e as parábolas de Jesus.
A Renascença conversou com o padre José Carlos Nunes, da editora Paulus, que edita a colecção no mercado português.
Que colecção é esta?
O Papa Francisco encarregou Monsenhor Rino Fisichella, presidente deste conselho pontifício, de organizar o jubileu e o Monsenhor Fisichella, a partir da bula que o Papa escreveu, achou por bem que se fizesse esta colecção que acaba por ajudar todos os fiéis a celebrarem, a viver, a aprofundarem o significado da misericórdia.
Não são livros só direccionados para o clero, portanto?
Não, de facto. Não é uma colecção com uma linguagem académica, é uma linguagem acessível a toda a gente. Porém, toda a colecção prima pela fundamentação teológica, bíblica, e ao mesmo tempo pastoral.
Não é impossível conjugar estes três aspectos e esta colecção consegue-o de uma forma muito acessível, muito simples, é fácil ler, dá gosto ler, porque foi pensado mesmo como um subsídio pastoral para todos os fiéis.
Dos oito volumes que compõem a colecção, qual é que destacaria e porquê?
É difícil porque tratam todos os vários aspectos da misericórdia, a partir da perspectiva do Antigo Testamento, por exemplo nos Salmos, a partir das parábolas narradas por Jesus – e talvez esse seja o meu preferido –, mas também tem os padres da Igreja, como eles traduziram a misericórdia para a vida cristã, inclusive do magistério dos Papas, sobretudo os do século XX e XXI, e depois a reflexão litúrgica, o celebrar a misericórdia ao longo de todo o ano do Jubileu.
Mas o último não deixa de ser também importante, tratando das obras de misericórdia corporais e espirituais, talvez porque se fala mais na catequese sobre as obras de misericórdia corporais, escutamo-las também no ano litúrgico, e aquelas espirituais que continuam a ter uma validade e importância tão grande acabam por ficar esquecidas.
A misericórdia é algo cujo significado foi mudando ao longo dos anos na Igreja, ou o sentido no Antigo Testamento é o mesmo que actual?
Dá-me a sensação que fomos tendo consciência do valor e da centralidade desta palavra na vida da Igreja. Aliás, o Papa Francisco diz isso mesmo na Bula de Proclamação do Jubileu. A intenção pela qual ele convoca este jubileu extraordinário é para que o testemunho dos fiéis seja um testemunho mais forte e coerente.
Dá quase a perceber que a Igreja precisa de redescobrir, ou colocar no centro da sua vida, a misericórdia como verdadeiro rosto de Deus e verdadeira identidade de Jesus também. O Papa diz mesmo que a credibilidade da Igreja passa pela vivência da misericórdia e por testemunhos de misericórdia. Dá-me a sensação que a Igreja tem vindo a descobrir a importância da misericórdia como uma forma de estar da Igreja no mundo, uma forma de nos relacionarmos com Deus, não considerando um Deus punitivo e castigador, mas descobrindo um Deus que é amor, que é perdão, que é misericórdia e as consequências que isso tem depois no relacionamento com as outras pessoas, no relacionamento com o mundo, obviamente.
A Paulus tem mais obras previstas para assinalar o jubileu da misericórdia?
Uma próxima que vai sair é do cardeal Jorge Medina, “Arrependimento: Porta da Misericórdia”. Depois saímos com algum material mais didáctico, algumas pagelas que ajudam a valorizar o o sacramento da reconciliação como sacramento da misericórdia, o rosário da misericórdia, e várias orações e imagens. Mas sobretudo o próximo livro do cardeal Medina.
A Paulus não é uma editora qualquer…
Por trás da Paulus Editora há uma congregação, os Paulistas, Sociedade de São Paulo, que nasceu há um século e tem como carisma evangelizar através da comunicação, com todos os meios da comunicação. Quando nascemos o meio mais forte de comunicação era a imprensa e de facto estamos muito habituados a trabalhar com a Imprensa, quer na parte de revistas quer na parte editorial de livros, em papel e agora em e-book, digital, e portanto por detrás da Paulus Editores está uma missão, que é de levar o Evangelho mais longe, e de, como diz o Papa Francisco, criar pontes, entre crentes e não crentes, para mostrar a beleza do nosso Deus, da nossa fé e da nossa Igreja.