07 dez, 2015 - 09:23 • Filipe d’Avillez e Aura Miguel
O Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que decorre de 8 de Dezembro até 20 de Novembro de 2016, convida os fiéis a redescobrir e tornar fecunda a misericórdia de Deus.
Na bula "Misericordiae Vultus", o Papa estabelece os objectivos para a declaração deste jubileu. O Sumo Pontífice não quer uma Igreja distraída do essencial e, por isso, propõe “o perdão e a misericórdia” como critério imperativo “no concreto das intenções, atitudes e comportamentos quotidianos”.
O Papa diz que “a credibilidade da Igreja passa através do caminho do amor misericordioso e compassivo” e pede especial atenção “aos que vivem nas mais diversas periferias existenciais que o mundo moderno cria de maneira dramática”.
Para isso, é preciso “não cairmos na indiferença que humilha, nos hábitos que anestesiam a alma e impedem descobrir a novidade, ou no cinismo que destrói”, o que implica “abrir os olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados de dignidade e ouvir o seu pedido de ajuda”.
Neste Jubileu Francisco dirige-se também “aos homens e mulheres que vivem no mundo do crime”, pedindo-lhes que se convertam, que “mudem de vida” e “não caiam na terrível armadilha de pensar que a vida depende do dinheiro”. O mesmo apelo é lançado também aos “autores e cúmplices da corrupção”, que o Papa define como “uma chaga putrefacta da sociedade e um grave pecado que brada aos céus, porque mina as bases da vida pessoal e social”.
Francisco espera ainda que este Ano Santo da Misericórdia “favoreça o encontro entre religiões” – sobretudo com os judeus e os muçulmanos – para se “eliminar todo o tipo de desprezo, violência e discriminação”.
Jubileu extraordinário e surpreendente
A convocatória do jubileu surgiu de forma surpreendente, e foi feita no decorrer de uma cerimónia penitencial, no Vaticano, a 13 de Março. “Caros irmãos e irmãs, tenho pensado muito sobre como a Igreja pode tornar mais evidente a sua missão de ser testemunha da misericórdia. É um caminho que começa com uma conversão espiritual. Por isso, decidi convocar um jubileu extraordinário que terá no seu centro a misericórdia de Deus. Será um ano santo da misericórdia”, disse Francisco.
Normalmente os jubileus realizam-se de 25 em 25 anos. O último foi em 2000, durante o Pontificado de João Paulo II e o próximo deveria ser só em 2025, daí este ser considerado “extraordinário”.
“Estou convencido que toda a Igreja poderá encontrar neste jubileu a alegria de redescobrir e tornar fecunda a misericórdia de Deus, com a qual todos somos chamados a consolar os homens e as mulheres do nosso tempo", afirmou o Papa, no dia em que anunciou o jubileu.
Durante este período será enfatizada a misericórdia de Deus pelos homens e as igrejas de todo o mundo serão convidadas a abrirem as suas portas mais tempo do que o costume, para promover o acesso ao sacramento da confissão, ou da reconciliação, como é conhecido também.