21 mai, 2016 - 11:17
O bispo Ramón Cabrera Argüelle, da diocese de Lipa, nas Filipinas, está disposto a dar a vida no lugar de criminosos que sejam condenados à morte, caso a pena capital seja reintroduzida naquele país.
O novo presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, diz que quer trazer de volta a pena de morte, que foi abolida em 2006. Duterte pretende castigar desta forma os condenados por crimes particularmente graves, categoria que para ele inclui homicídio, violação, tráfico de droga e até roubo de automóveis.
Mas a Igreja Católica já prometeu opor-se com todo o vigor a este plano. Com cerca de 90% da população a professar-se católica, e com altos índices de prática religiosa, a Igreja pode ser um adversário difícil para o novo Presidente.
“O arcebispo de Lipa voluntaria-se para ser executado no lugar de todos aqueles que o Governo pretenda enforcar. Não foi isso que Cristo fez?”, afirmou o bispo, referindo-se a si mesmo na Terceira pessoa, em declarações citadas pelo site “Crux”.
O restante episcopado não foi tão longe, mas vários bispos têm criticado o plano e o presidente da Conferência Episcopal já disse que quer agendar uma reunião com Duterte para tentar dissuadi-lo de repor a pena de morte.
“Como pessoas de fé, não defendemos a pena capital porque não temos o direito de decidir quem deve viver e quem deve morrer”, afirmou o padre Lito Jopson, do gabinete de comunicação da conferência episcopal.
A decisão, diz, não se baseia em popularidade mas “nos princípios morais da fé católica, e a fé exige que se respeite a dignidade de todas as pessoas”, afirma o sacerdote.