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​Comissão Justiça e Paz alerta. Aumenta desigualdade entre salários nas empresas

09 jun, 2016 - 09:33

Em Maio, o INE revelou que o fosso entre as famílias portuguesas com maiores rendimentos e as de mais baixos recursos aumentou entre 2004 e 2014.

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A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) denunciou a “desigualdade” na repartição de sacrifícios em Portugal e alertou para o fosso crescente entre os salários mais baixos e os mais altos, nas grandes empresas.

“Eu recordo-me de ter ouvido dizer uma vez que nos anos 50 um conhecido industrial italiano, Olivetti, fazia questão de na sua empresa a proporção não ser superior 1 a 10, entre os mais baixos e os mais altos. Agora já se vai aos 20, 30… E estes salários mais altos têm subido mais do que os salários mais baixos”, diz à Renascença o presidente da CNJP, Pedro Vaz Patto.

Numa nota intitulada “Atenção aos mais pobres”, a Comissão sublinha que “níveis excessivos e crescentes de desigualdade” prejudicam a coesão social e o “sentido de pertença à empresa e à comunidade global”.

“Uma desigualdade na repartição de sacrifícios necessários que prejudique os mais pobres ofende elementares sentimentos de justiça e o princípio da solicitude preferencial pelos mais pobres que deve orientar a acção do Estado”, refere o organismo laical ligado à Conferência Episcopal Portuguesa.

Em Maio, o Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que o fosso entre as famílias portuguesas com maiores rendimentos e as de mais baixos recursos aumentou entre 2004 e 2014, sendo que a quebra do rendimento médio da população em geral atingiu 16,5% entre 2010 e 2013,

A CNJP considera que, apesar de a redução de salários e pensões ter sido “proporcionalmente mais acentuada nos mais elevados”, a redução de apoios sociais, “precisamente quando eles eram mais necessários, provocou tal efeito”.

O comunicado cita outro estudo relativo à desproporção entre salários dos gestores e trabalhadores, que se acentuou nos últimos anos.

“A pobreza constitui uma ofensa à dignidade humana e, por isso, uma violação dos direitos humanos”, refere a CNJP.

Para o organismo católico, é urgente alertar para a necessidade de “outra atenção aos mais pobres”, também os “desprovidos de projecção mediática e força política e eleitoral”.

“Para tal, não basta a reposição de salários e pensões que continua a beneficiar mais, proporcionalmente, a classe média, nem acreditar ilusoriamente que terminou a necessidade de sacrifícios imposta pela exigência de redução das dívidas pública e privada”, conclui o documento.

Comentários
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  • almague
    12 jun, 2016 lisboa 10:39
    É preciso começar a denunciar e a divulgar as empresas que têm elevados lucros e que continuam a pagar salários baixos aos seus trabalhadores muitos deles até licenciados com muita experiência e muitos anos de trabalho de empresa. SONAE, JERÓNIMO MARTINS - PINGO DOCE - CELEIRO , etc. etc.'
  • almague
    11 jun, 2016 lisboa 11:11
    Já o disse e volto a repetir. Este problema é mais significativo no setor privado. E a culpa é a ganância e a exploração dos EMPRESÁRIOS . Com a desculpa da crise estes senhores voltaram às mentalidades da exploração dos seus trabalhadores quando têm elevados lucros anuais. Infelizmente o poder político nada pode fazer. É a mentalidade dos nossos empresários : pagar baixos salários e fugir aos impostos.
  • almague
    09 jun, 2016 lisboa 15:18
    Alguns empresarios pensam que ainda estão no antes do 25 de Abril. Fazem exploração dos trabalhadores. E o culpado desta situação foi o PPC que na sua governação do país permitiu esta exploração dos trabalhadores chamando lhe AUSTERIDADE
  • almague
    09 jun, 2016 lisboa 14:54
    Falava se do tempo fe Salazar que so deixava pagar salarios de miseria a quem trabalhava no setor publico e privado.
  • JP
    09 jun, 2016 Porto 14:43
    Resposta ao SrºPedro 09 jun, 2016 Porto 11:22 Concordo consigo. Sem dúvida, um País que transborda de injustiça social e só se fala do Europeu...Mas, o Europeu não coloca comida na mesa de toda a gente… Nem sequer, acaba com as desigualdades e com a miséria a que este pobre País está condenado...O desporto é saudável, mas há assuntos graves para se resolver.
  • Pois é!
    09 jun, 2016 dequalquerlado 13:27
    E são estes bestas, gananciosos, exploradores, sem escrúpulos que muitas vezes querem deitar a baixo a função pública mais os idiotas sem cérebro. E são estes que estão contra as 35 horas. Por isso este país com esta mentalidade nunca mais sai do fosso e da miséria. E Só agora é que andam a mirar isto? Porque é que não se tem investigado estes casos e denuncia-los para se ver de quem é a culpa. É porque os trabalhadores estes que têm servido de bodo expiatório para favorecer esta cambada de corruptos e a comunicação social tem andado caladinha, porque anda a comer do mesmo prato.....
  • almague
    09 jun, 2016 Lisboa 11:52
    Pois não admira esta situação em Portugal. Alguns empresários com o pretexto da crise, tendo elevados lucros continuam a pagar a técnicos licenciados com elevada experiência e alguns anos de trabalho nessas empresas continuam a receber ordenados líquidos à volta de 700 euros. Caso de empresas: CELEIRO, SONAE , etc, etc.......
  • mnuel
    09 jun, 2016 Lisboa 11:42
    É Inaceitável que em Portugal haja gestores, como se sabe muitos deles incompetentes e por cunha e partidarismo, a receber ordenados imorais, escandalosamente milionários! Nenhum funcionário, seja ministro, gestor diretor, mesmo da banca ou seja do que for deve ganhar mais que o Presidente da república, mas abrem exceções inaceitáveis, injustas e desiguais!
  • Jp
    09 jun, 2016 Porto 11:42
    Do que é que estavam a espera “viva o capitalismo dos tolos”....O Papa Francisco tem todo a razão quando chama atenção para estas coisas...Aproveitem e deem um louvor ao Srº Passos Coelho...Temos um sistema financeiro podre, corrupto... Senhores de “colarinho Branco” de sobrenome “Chique” da alta finança...que andavam de recurso em recurso...E no final são todos inocentes...Gestores que ganham fortunas, e depois levam as empresas a falência. Eu pergunto como vai ser possível inverter este estado de coisas...Quando temos no País trabalho precário para oferecer e mal remunerado, falsos recibos verdes, licenciados a receberem ordenado mínimo. Patrões que não querem empregar pessoas acima dos 35 anos, e que só querem jovens a procura do 1º emprego para assim terem direito aos apoios do Estado, entre outras coisas... Os contratos de inserção, não são, nada mais, do que a utilização de mão de obra barata. Nova forma de escravatura moderna, que destrói a dignidade da pessoa Humana...Negócio, entre estado e terceiros, de duvidosa legalidade, os Loby`$$$$...E como sempre não há culpados...Estamos em Portugal para não variar...
  • Pedro
    09 jun, 2016 Porto 11:22
    "Coesão social"??? Mas onde é que isso houve neste país????..."Sentido de pertença à comunidade"???? Peço desculpa mas não me consigo rever na "adoração" do futebol, entre outros aspectos...

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