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“Seja a Misericórdia de Deus”. AIS lança campanha Internacional em resposta a apelo do Papa

17 jun, 2016 - 12:00 • Ana Lisboa

A iniciativa surgiu depois de um desafio lançado pelo Papa à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) para que fossem feitas obras de misericórdia em todo o mundo.

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Papa apela a que se "faça uma obra de misericórdia em cada cidade"
Papa apela a que se "faça uma obra de misericórdia em cada cidade"

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) lança esta sexta-feira uma campanha internacional intitulada “Seja a Misericórdia de Deus”.

A ideia surgiu depois do Papa ter enviado uma mensagem vídeo à AIS em que pede “a todos os homens e mulheres de boa vontade de todo o mundo para que se faça uma obra de misericórdia em cada cidade, em cada diocese, em cada associação”. Nesta mensagem, o Santo Padre confia esta missão à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre,mantendo “o espírito” herdado do Padre Werenfried van Straaten – o fundador da instituição – que “teve a visão”, disse o Papa, “de pôr em prática estes gestos de proximidade, de bondade, de amor e de misericórdia”.

No vídeo de quase três minutos, Francisco afirma a urgência das obras de misericórdia nos dias de hoje: “Nós, homens e mulheres, precisamos da misericórdia de Deus, mas também precisamos da misericórdia uns dos outros. Precisamos de dar a mão, de acariciar, de cuidar uns dos outros e não fazer tantas guerras”. Por fim, o Papa agradece o empenho nesta iniciativa, assim como todo o trabalho desenvolvido pela Fundação, afirmando que “a misericórdia é a carícia de Deus”.

O Santo Padre foi, aliás, o primeiro benfeitor da campanha de angariação de fundos, tendo entregue um donativo pessoal para uma clínica no Iraque que apoia refugiados de todas as religiões. Esta ajuda do Papa “vai permitir a esta clínica continuar a dar a medicação necessária, o apoio necessário durante estes meses de Verão. Foi o primeiro donativo que esta grande campanha internacional angariou e que é para uma obra concreta de misericórdia: estar junto dos mais necessitados”, diz a directora da Fundação AIS em Portugal, Catarina Martins, que vai apresentar esta mensagem na Universidade Católica, em Lisboa.

Este vídeo do Papa será igualmente divulgado em simultâneo por todos os secretariados da AIS.

Além deste, serão apoiados muitos outros projectos de que ficam alguns exemplos. Esta responsável destaca “um projecto de apoio com alimentação a refugiados no Líbano. Outro projecto é na América Latina para apoiar uma Congregação de Irmãs que está junto dos mais necessitados e que lhes leva desde os bens essenciais, mas também a parte espiritual”. São projectos “sempre direccionados a estarmos próximos do outro”, indica Catarina Martins.

Com esta campanha “queremos mostrar ao mundo o que é que a Igreja está a fazer, o que é que a Igreja está a ajudar concretamente as populações locais. E queremos pedir ajuda para continuarmos a apoiar ainda mais Padres e Irmãs que estão no terreno e que estão junto das pessoas mais necessitadas, que é esse o fim do nosso trabalho, de ajudar os mais necessitados, ajudar aqueles que estão a viver situações em países onde a Igreja sofre, onde Igreja é perseguida ou onde Igreja é ameaçada”, sublinha a responsável pelo secretariado nacional da AIS.

Mais informações podem ser encontradas no site aismisericordia.org. Estarão lá “todos os projectos que estamos a apoiar, estarão vídeos, estarão testemunhos de pessoas que estão neste momento a receber o nosso apoio”. Haverá ainda informações para todos aqueles que quiserem ajudar em determinado projecto.

Esta iniciativa vai decorrer até 4 de Outubro, dia de S. Francisco de Assis, altura em que a Fundação AIS apresentará ao Papa os primeiros resultados desta campanha que tem o “Alto Patrocínio” da Presidência da República.

Marcelo Rebelo de Sousa, que não vai estar presente no evento “devido a compromissos de agenda”, fez questão, no entanto, de conceder este Alto Patrocínio do Presidente da República a esta iniciativa da Fundação AIS, acto que constitui uma prerrogativa do Chefe de Estado.

A concessão do Alto Patrocínio é um privilégio do mais alto magistrado da nação que faz uso dos “atributos simbólicos” como forma de “promover, incentivar e mobilizar o País e os cidadãos perante os desafios e oportunidades que se colocam no caminho de Portugal”.

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