22 jun, 2016 - 15:53 • Ecclesia
O Papa fez-se acompanhar esta quarta-feira na audiência geral por um grupo de refugiados acolhido pela Cáritas de Florença (Itália), com o lema “Por um futuro em conjunto”.
“Hoje acompanham-me estes rapazes. Muitos pensam que seria melhor que tivessem ficado na sua terra, mas ali sofriam tanto. São os nossos refugiados, mas muitos consideram-nos como excluídos. Por favor, são os nossos irmãos. O cristão não exclui ninguém, dá lugar a todos, deixa vir todos”, disse, no decorrer do encontro com peregrinos de todo o mundo.
Os 13 refugiados de origem africana foram ao encontro de Francisco no final do percurso do papamóvel pela Praça de São Pedro, no Vaticano, caminhando depois com o pontífice, para sentar-se diante da cadeira de onde o Papa apresentou a sua tradicional catequese semanal.
A intervenção papal sublinhou a importância de “tocar” o sofrimento dos mais necessitados, partindo do exemplo de Jesus Cristo que foi ao encontro dos leprosos do seu tempo, “excluídos” pela sociedade, “longe de Deus e longe dos homens”.
“Quantas vezes encontramos um pobre que vem ao nosso encontro. Podemos ser generosos, podemos ter compaixão, mas por norma não lhe tocamos. Oferecemos-lhe a moeda, mas evitamos tocar a mão, deitamo-la lá. Por favor, são nossos irmãos”, apelou.
O Papa confessou que repete em oração a frase que o Evangelho atribui a um leproso que se dirigiu a Jesus: “Senhor, se quiseres, podes purificar-me”.
“Tocar o pobre pode purificar-nos da hipocrisia e levar-nos a preocupar-nos com a sua condição”, assinalou, convidando os presentes a pensar nas suas próprias “misérias”.
No final da audiência, Francisco saudou os peregrinos e visitantes de língua portuguesa, em particular um grupo de Escuteiros de Leiria, encorajando-os a “apostar em ideais grandes de serviço, que engrandecem o coração e tornam fecundos” os talentos.
Após a catequese, o Papa saudou pessoalmente cada um dos refugiados que o acompanharam na audiência, oferecendo-lhes um pequeno presente.