24 jun, 2016 - 07:28
Francisco inicia esta sexta-feira uma visita de três dias à Arménia, considerada como o primeiro Estado a ter adoptado o cristianismo, no início do século IV.
O Papa vai reunir-se com a pequena estrutura eclesiástica de Roma no país, composta por três bispos, 20 irmãs e 27 sacerdotes e vai celebrar uma missa ao ar livre e visitar duas catedrais católicas.
A região onde se situa a Arménia da actualidade é uma terra bíblica, onde - de acordo com o livro do Genesis - a arca de Noé terá encalhado, de acordo com o primeiro livro do Antigo Testamento, Génesis. O local referido é o monte Ararate, que agora pertence à Turquia.
De acordo com o recenseamento de 2011, perto de 96% da população reivindicou pertencer à Igreja apostólica arménia.
A 23 de Abril, a Igreja arménia canonizou 1,5 milhões de arménios massacrados pelos turcos otomanos durante a Primeira Guerra Mundial. A cerimónia foi considerada a maior canonização da história.
Os arménios tentam há décadas que os massacres de 1915-17 sejam reconhecidos internacionalmente como genocídio, termo que a Turquia rejeita, garantindo que se tratou de uma tragédia coletiva durante a qual morreu um igual número de turcos e arménios.
Francisco foi o primeiro Papa a usar publicamente a palavra genocídio em Abril de 2015, desencadeando a fúria de Ancara.
O programa da visita papal inclui também uma visita ao memorial de Tsitsernakaberd dedicado às vítimas do genocídio.
O país recebe um Papa pela primeira vez desde a visita de João Paulo II, em 2001.
A Arménia é considerada “o primeiro país cristão”, dado que o rei Tiridates III proclamou o Cristianismo como religião de Estado em 301, ainda antes do Império Romano, sob o impulso de São Gregório, o Iluminador.