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Lar católico na Bélgica condenado por recusar eutanásia

06 jul, 2016 - 15:29

Os três juízes que analisaram o caso concluíram que o lar não tinha o direito a invocar objecção de consciência para recusar a entrada de médicos para matar uma doente.

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Um lar católico na Bélgica foi condenado a pagar uma indemnização de seis mil euros à família de uma doente, depois de ter recusado a entrada aos médicos que a vinham eutanasiar, em 2011.

Mariette Buntjens, que na altura tinha 74 anos, sofria de cancro do pulmão e pediu para que os médicos lhe pusessem fim à vida. Mas os funcionários do lar Sint-Augustinus, em Diest, no norte da Bélgica, recusaram a entrada aos médicos que vieram matar a residente, invocando a identidade católica do estabelecimento.

A família de Buntjens acabou por mudá-la para outro local, onde o procedimento pôde avançar, mas decidiram processar o lar por, alegadamente, causar “sofrimento desnecessário”, segundo o "Religion News Service".

Na terça-feira o painel de três juízes concluiu que o lar não podia ter invocado objecção de consciência neste caso e condenou-o a pagar seis mil euros de indemnização à família de Mariette Buntjens.

Em Janeiro deste ano o arcebispo de Bruxelas, Jozef De Kesel, foi duramente criticado pela imprensa belga e alguns sectores da sociedade e da vida política, por ter sugerido que os hospitais e lares católicos fossem isentados de ter de cumprir aquela que é uma das leis mais liberais de eutanásia no mundo.

A lei belga não permite apenas eutanásia por doenças terminais, mas por “sofrimento intolerável”, um termo suficientemente vago para poder ser invocado nas mais diversas circunstâncias, incluindo casos de pessoas que pediram para serem mortas por terem depressão ou, apesar de não padecerem de qualquer doença, por estarem “cansadas de viver”. A Bélgica foi também o primeiro país, desde a Alemanha nazi, a legalizar a eutanásia para crianças.

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  • Lan
    04 out, 2016 Lisboa 16:28
    Como sempre a Igreja Católica a tentar controlar a vida das pessoas do princípio ao fim. Para quê pôr fim ao sofrimento da doente, se podiam mantê-la viva e continuar a cobrar dinheiro pela estadia?
  • Pedro
    04 out, 2016 Porto 12:38
    Cristina cada dia entendo menos os ligados a deus! Que deus é esse que provoca o sofrimento e ainda retira das pessoas o direito à decidir não sofrer? Vocês dizem ser um deus mesericordioso, mas só vejo comentários a proteger o sofrimento alheio! Se fosse consigo a sua opinião era outra
  • Cristina
    07 jul, 2016 Pombal 09:18
    Isto é escandaloso, chocante. Como é possivelmente que o ser humano esteja a regredir desta forma na valorização da vida humana e no respeito pela escolha moral dos cidadãos? Então agora obrigam-se pessoas e instituições a serem assassinas? E já não se ajuda qual está em depressão , é matar e pronto? Quem quer ser assassino, que o seja por sua conta, não tem o direito de exigir isso dos outros, muito menos de uma instituição que defende precisamente o respeito pela vida até que Deus queira. Deus e não os homens, muito menos aqueles que põem a ganância à frente de qualquer valor moral. Essa família de assassinos não se contentou em levar o seu plano para a frente, ainda arranjou forma de lucrar com isso. É execrante!

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