Renascença homenageia padre Dâmaso Lambers

É uma voz que marcou muitas gerações, a quem falou de Deus através da rádio.

Colaborador da Renascença há quase 40 anos, o padre Dâmaso Lambers lembra sempre a quem o ouve que “Jesus é fantástico!” Diz que a rádio “é o amor” da sua vida, e que a Renascença não pode esquecer a missão que tem como emissora católica.

Aos 86 anos o padre Dâmaso ainda mantém uma presença diária aos microfones, nas madrugadas da Renascença, com os “Caminhos da vida”, e na rádio SIM, com o apontamento “Boa Noite”, antes do relógio marcar as zero horas. Todas as quartas-feiras celebra missa para os funcionários do Grupo. Foi, aliás, por sua sugestão que a capela das novas instalações da rádio, na Quinta do Bom Pastor, na Buraca, foi dedicada a São Francisco de Sales, o padroeiro dos jornalistas e comunicadores.

A placa com o nome da capela foi descerrada esta quarta, tal como a de uma das novas salas de reuniões da empresa, à qual foi dado o seu nome, numa homenagem que o deixou muito emocionado. “Muito. Não esperava. Porque tudo o que eu fiz foi sempre com imenso gosto e com a entrega da minha vida. Sou religioso e um religioso não pensa em si mesmo, pensa nos outros.”

“Não somos uma emissora qualquer, somos uma emissora católica, e isto nunca podemos esquecer. Eu vivo para isto. E principalmente nos últimos anos tenho lutado, em conversas com muita gente, sobre o carácter religioso e cristão da Renascença. A Renascença deixa de ser rádio se deixar de ser cristã. A minha oração é muito pela Renascença e por todos os que trabalham aqui, e eu continuo a rezar por todos.”

Para o cónego João Aguiar, Presidente do Conselho de Gerência da Renascença, esta é uma homenagem devida a um homem que dedicou boa parte da sua vida à rádio Renascença, e que na vinda para as novas instalações, teve o gesto generoso que colaborar como benfeitor, para a construção da nova capela.

“A gratidão tem que se dizer com voz que se oiça e com gestos que se vejam. O padre Dâmaso, além de ter servido a Igreja em Portugal, em vários movimentos e na assistência prisional, à rádio Renascença tem-na servido ao longo de muitos anos e de uma forma extraordinária, um contacto permanente, uma grande capacidade de acolhimento de cada um de nós, de todos aqueles que precisam de um minuto bom de conversa com ele, cuja felicidade nos contagia.”

“Foi hoje uma grande surpresa, quando descerrou a placa. Ele não sabia o que estava por trás do pequeno pano. É um momento feliz para nós, e tivemos esta oportunidade de lhe dizer ‘obrigado padre Dâmaso, que Deus o conserve’”, conclui.

O padre Dâmaso Lambers nasceu em 1930, na Holanda, e foi ordenado sacerdote em 1955. Sonhava ser missionário em continentes distantes, mas acabou por ser enviado para Portugal, onde chegou em 1957.

Capelão prisional, fundou a associação “O Companheiro”, de ajuda à inserção social de pessoas reclusas e ex-reclusas de Lisboa. Foi também um dos responsáveis pela vinda dos Cursilhos de Cristandade para Portugal, mas a rádio foi sempre especial para ele. “A Renascença é o amor da minha vida”, lembra, no livro que lançou o ano passado, e no qual recorda, na primeira pessoa, vários episódios dos seus 60 anos de sacerdote.