29 jul, 2016 - 08:57 • Agência Ecclesia
O Papa Francisco visitou os antigos campos de concentração nazis de Auschwitz e Bikernau, na Polónia, numa homenagem silenciosa com duração prevista de duas horas.
Francisco atravessou sozinho o portão de Auschwitz, com a inscrição "Arbeit macht frei" (o trabalho liberta) colocada pelos nazis durante a II Guerra Mundial (1939-1945).
O Papa optou por sentar-se em silêncio, durante largos minutos, antes de beijar um dos postes de madeira onde os prisioneiros eram executados.
O percurso incluiu passagens junto ao chamado “muro da morte”, no Bloco 11, e, de forma privada, ao 'bunker da fome', na cela de São Maximiliano Kolbe - que ofereceu a sua vida em troca pela de outro prisioneiro, precisamente 75 anos depois da sua condenação à morte.
Francisco cumprimentou sobreviventes do Holocausto e um grupo ‘justos entre as nações’ - pessoas que ajudaram judeus a fugir do regime nazi -, além de percorrer a pé o monumento internacional às vítimas do campo.
Um deles ofereceu ao Papa uma vela, que a colocou junto ao "muro da morte", onde se inclinou, apoiado numa mão.
Francisco deixou como presente pessoal uma lamparina de bronze.
A cerimónia incluiu a homenagem a uma família católica - em processo de beatificação - que foi “exterminada” por ter ajudado judeus: Józef e Wiktoria Ulma e os seus sete filhos.
O pároco da localidade natal destes católicos, padre Stanislaw Ruszala, está presente, juntamente com o Rabino-Chefe da Polónia, Michael Schudrich.
João Paulo II e Bento XVI visitaram Auschwitz em 1979 e 2006, respectivamente.
Ao regressar da viagem à Arménia, em Junho, Francisco manifestou aos jornalistas a sua intenção de rezar “em silêncio” no campo de concentração de Auschwitz, considerando-o “um lugar de horror”.
“Sozinho, entrar e rezar para que o Senhor me dê a graça de chorar”, adiantou.
O antigo campo de concentração nazi de Auschwitz tem destino de milhares de jovens católicos que se deslocaram à Polónia para participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2016, em Cracóvia.
O campo começou a funcionar em 1940 e terminou em 1945, com a chegada das tropas soviéticas, estimando-se que tenham morrido 1,3 milhões de pessoas, sobretudo judeus, ciganos, russos, presos políticos e polacos.
Uma das salas conserva ainda duas toneladas de cabelos humanos; foi também neste campo que foram usadas pela primeira vez as câmaras de gás.
A Renascença com o Papa Francisco na Polónia. Apoio: Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.