04 set, 2016 - 11:33
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Madre Teresa de Calcutá é um exemplo de misericórdia que ajudou a iluminar a vida daqueles que não tinham nada, afirma o Papa.
Na cerimónia de canonização da religiosa albanesa, que decorreu este domingo no Vaticano, Francisco destacou a incansável dedicação que a chamada “mãe dos pobres ”tinha em relação aos desvalidos.
“A misericórdia foi para ela o ‘sal’, que dava sabor a todas as suas obras, e a luz que iluminava a escuridão de todos aqueles que nem sequer tinham mais lágrimas para chorar pela sua pobreza e sofrimento”, declarou o Sumo Pontífice, na Praça de S. Pedro, perante cerca de 100 mil fiéis.
Madre Teresa, sublinhou o Papa, não se cansou de denunciar as injustiças que testemunhou e foi a voz de quem não tinha voz.
“Inclinou-se sobre as pessoas indefesas, deixadas moribundas à beira da estrada, reconhecendo a dignidade que Deus lhes dera; fez ouvir a sua voz aos poderosos da terra, para que reconhecessem a sua culpa diante dos crimes – diante dos crimes - da pobreza criada por eles mesmos.”
Francisco também recordou Madre Teresa, que foi distinguida com o Prémio Nobel da Paz, em 1979, como uma defensora dos mais fracos e do direito à vida.
“Ao longo de toda a sua existência, foi uma dispensadora generosa da misericórdia divina, fazendo-se disponível a todos, através do acolhimento e da defesa da vida humana, dos nascituros e daqueles abandonados e descartados. Comprometeu-se na defesa da vida, proclamando incessantemente que «quem ainda não nasceu é o mais fraco, o menor, o mais miserável.”
Para Francisco, a missão de Madre Teresa “nas periferias das cidades e nas periferias existenciais permanece nos nossos dias como um testemunho eloquente da proximidade de Deus junto dos mais pobres entre os pobres”.
“Hoje entrego a todo o mundo do voluntariado esta figura emblemática de mulher e de consagrada: que ela seja o vosso modelo de santidade”, afirmou.
“Que esta incansável agente de misericórdia nos ajude a entender mais e mais que o nosso único critério de acção é o amor gratuito, livre de qualquer ideologia e de qualquer vínculo e que é derramado sobre todos sem distinção de língua, cultura, raça ou religião”, declarou o Papa.