13 set, 2016 - 07:05 • Ângela Roque
O Ano Santo da Misericórdia desafia os cristãos a agir. A Encíclica onde o Papa fala da natureza e da “ecologia humana”, também. O tema para o encontro deste ano da Pastoral Social liga as duas coisas, partindo da reflexão sobre este documento, onde Francisco lembra que o combate à pobreza também depende da forma como se olha e cuida do ambiente.
“Vamos pegar na encíclica e seguir os tempos que o documento nos propõe: o do diagnóstico da situação, o do pensar sobre ela com critérios da nossa tradição, critérios evangélicos, e o de propor mudanças e transformação da própria sociedade, do mundo em que vivemos, da ‘nossa casa’, que é o mundo inteiro”, explica à Renascença o director do Secretariado Nacional da Pastoral Social, padre José Manuel Pereira de Almeida.
Pereira de Almeida desafiou o Presidente da República para fazer a conferência de abertura deste Encontro, e ele aceitou. “É um Presidente particularmente disponível”, sublinha, lembrando que a primeira visita que Marcelo fez quando assumiu o cargo foi ao Vaticano.
A conferência não tem título. “Aquilo que lhe pedimos é que referisse como é que a personalidade do Papa tem marcado o panorama internacional, em termos de intervenção e em termos de liderança mundial, como personalidade marcante. E esperamos que seja uma conferência de abertura mobilizadora para este encontro. É muito importante ter assim o testemunho de Marcelo Rebelo de Sousa”, explica.
O testemunho foi previamente gravado, esclareceu esta terça-feira à Renascença fonte oficial da Presidência da República. O Presidente não estará em Fátima, mas falará na mesma aos participantes, como consta do programa oficial do encontro, só através de uma mensagem vídeo.
Na abertura dos trabalhos, estarão o Cardeal Patriarca e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Manuel Clemente, o vice-presidente da CEP, D. António Marto, e o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, D. Jorge Ortiga, que encerrará os trabalhos, na quinta-feira.
No encontro, vão participar ambientalistas, investigadores, e diversos responsáveis de vários organismos relacionados a pastoral social, como as misericórdias, as conferências vicentinas, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre e a Comissão Nacional Justiça e Paz, entre outros. Na conferência conclusiva, dia 15 à tarde, vão ser assinalados os 60 anos da Cáritas Portuguesa: “O embaixador da Áustria, Thomas Stelzer, um estudioso na área das questões sociais que trabalhou na ONU e foi investigador no Brasil, vai evocar a vinda das meninas austríacas há 60 anos para Portugal, através da Cáritas, e falar sobre o que é que é o acolhimento do outro, do que precisa, do refugiado. Mas vai fazê-lo não só na perspectiva de lembrar o passado, mas também neste sentido - que desafios temos para o futuro? Que desafios para a Europa e que desafios para o mundo inteiro?”, sublinha o director do Secretariado Nacional da Pastoral Social., que espera que esta seja “uma conferência inspiradora de mudanças e da ‘educação e espiritualidade ecológicas’”, que é o tema geral da reflexão dessa tarde.
O padre José Manuel Pereira de Almeida espera que o encontro ajude a unir esforços entre todos os organismos ligados à Pastoral Social: “gostaria que fosse um encontro em que todas as organizações, os secretariados, os organismos que se movem no âmbito da Pastoral Social, e em concreto a Cáritas Portuguesa, a Pastoral da Saúde, a Comissão Nacional Justiça e Paz, os vicentinos, o Serviço Pastoral às Pessoas com Deficiência, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre e a Pastoral Penitenciária se encontrem, na diversidade das suas acções específicas, mas na complementaridade da reflexão e da acção conjuntas, para não trabalharmos de costas uns para os outros”.
O XXX Encontro Nacional da Pastoral Social começa esta terça-feira à tarde e termina quinta-feira. O programa pode ser consultado aqui.