14 set, 2016 - 23:45 • Inês Rocha , Paulo Ribeiro Pinto
Capelão há quatro anos no Hospital de Santa Maria em Lisboa, o maior do país, o padre António Monteiro acredita que o tratamento dos utentes vai para além do bisturi e dos medicamentos.
"O que cura e salva é a relação", afirma o sacerdote, lembrando que a definição de "saúde" da própria Organização Mundial de Saúde olha para a pessoa na sua "integralidade", em vez de se focar apenas na cura dos sintomas físicos.
No pico de actividade, o Santa Maria pode ter em simultâneo perto de 25 mil pessoas a trabalhar. O padre António não quer ser apenas mais uma. O seu trabalho vai muito para além de celebrar missa ou de ministrar a Extrema-Unção aos doentes.
Num dia inteiro, conta, passa apenas uma hora na capela. "O tempo é todo dispensado na visita, na escuta. Se conseguirmos dar espaço às pessoas, somos uma presença diferenciada", diz. "Se nos preocuparmos em levar um produto religioso, acabado, possivelmente vamos ser mais um entre os 25 mil que trabalham no hospital."
Este é um dos muitos testemunhos no encontro da Pastoral Social a decorrer em Fátima até esta quinta-feira. Este ano, os participantes analisam a encíclica do Papa Francisco, "Laudato Si", no ano que a Igreja dedica à Misericórdia.