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Torre dos Clérigos doa 50 mil euros de prémio a instituição pediátrica

20 set, 2016 - 20:12

“A nossa maior alegria é dar sorrisos àquelas crianças e famílias que vivem fases críticas e difíceis da vida”, afirma o padre Américo Aguiar, presidente da Irmandade dos Clérigos.

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A irmandade que tutela a Igreja e a Torre dos Clérigos, no Porto, doou à Casa Kastelo, em Matosinhos, os 50 mil euros que recebeu enquanto vencedora do Prémio Vasco Vilalva, atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian pelas obras de restauro naquele conjunto.

A Casa Kastelo é a primeira unidade de cuidados continuados pediátricos constituída na Península Ibérica e foi inaugurada em Junho pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para funcionar de modo experimental durante um ano e servir de modelo à expansão da rede prevista pelo Ministério da Saúde.

“A nossa maior alegria é dar sorrisos àquelas crianças e famílias que vivem fases críticas e difíceis da vida. Este dinheiro vai faze-las mais felizes e menos preocupadas”, disse hoje à Lusa o presidente da Irmandade dos Clérigos, padre Américo Aguiar, na cerimónia de entrega do prémio.

O padre Américo revela que o dinheiro vai permitir à Kastelo, da Associação Nomeiodonada, pôr em funcionamento a sala de terapias, ficando a Igreja e Torre dos Clérigos como “padrinho” dessa ala, e acrescenta: “A Torre dos Clérigos é agora a Torre do Kastelo”.

A nova unidade de cuidados continuados pediátricos está situado em São Mamede de Infesta, Matosinhos, vai estar aberta 24 horas por dia, com uma unidade de dia e outra de internamento, com capacidade para acolher 30 crianças.

O presidente da Irmandade realçou que não poderia usar este prémio de outra forma porque a Casa Kastelo é um projecto “muito importante”.

Durante este ano, a Torre dos Clérigos, cujos 85% dos visitantes são estrangeiros, deu mais de 400 mil euros da receita das bilheteiras a 12 instituições nacionais.

“Esta partilha é fundamental e bem demonstrativa do que deve ser um coração solidário”, afirmou.

Já o presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Artur Santos Silva, entendeu a recuperação do edifício “extraordinária”, daí considerar a atribuição “mais que justa”.

“É uma obra de arquitectura notável e um exemplo a replicar, sendo importante que se valorize o património português”, realçou.

O turismo é “importantíssimo” para a cidade e a Torre dos Clérigos é disso exemplo, por isso, vê-la renascida é “fantástico”, salientou o autarca do Porto, Rui Moreira.

O bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos, ressalvou que as obras de recuperação do “ex-libris” do Porto é a expressão da arte e exemplo de abertura da Igreja à sociedade.

Classificado Monumento Nacional em 1910, a Igreja e Torre dos Clérigos é propriedade da Irmandade dos Clérigos, e o projecto da sua recuperação e restauro foi elaborado por uma equipa multidisciplinar.

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