02 out, 2016 - 22:56
O Papa confirma à Renascença que virá ao centenário das Aparições em Fátima, a 13 de Maio do próximo ano.
Durante a viagem de regresso a Roma, depois da visita apostólica à Geórgia e ao Azerbaijão, Francisco não deixou dúvidas na resposta à pergunta de Aura Miguel, jornalista da Renascença, que viajava também no avião papal.
“Com toda a certeza, posso dizer até hoje, que vou a Portugal, mas vou só a Fátima. Isto até hoje. Porque há um problema: é que, neste Ano Santo foram suspensas as visitas Ad Limina e, no próximo ano, decorrem as deste ano e as do ano seguinte. Por isso, há pouco espaço para viagens. Mas vou a Portugal, para já, só no dia 13, mas, ao certo, ainda não sei”, disse.
Para já, confirmada está a ida a Fátima, mas o Papa deixa a porta aberta a uma visita mais alargada a Portugal.
O Sumo Pontífice acrescenta: “A realidade percebe-se melhor a partir das periferias do que a partir do centro, mas isto não afasta a possibilidade de ir a um grande pais como é Portugal ou a França, não sei, veremos”.
Além de Portugal, o Papa tenciona em 2017 visitar a India e o Bangladesh e também alguns países africanos que não específicou.
Nesta conversa com os jornalistas, Francisco confirmou estar a ser avaliada a possibilidade de avançar com a beatificação por martírio do padre Hamel, recentemente degolado quando celebrava missa na cidade francesa de Rouen.
Já a propósito das eleições nos Estados Unidos, o Papa disse que os católicos devem "conhecer as propostas dos candidatos, rezar e depois escolher segundo a sua consciência".
A questão dos homossexuais voltou a ser aflorada. O Papa lembra que já acompanhou homossexuais, mas realça o ponto da discórdia reforçando que está contra a chamada “colonização ideológica” porque "uma coisa é a tendência sexual e outra bem diferente é impô-la como doutrina nas escolas".
“Na minha vida de sacerdote, de bispo e até de Papa, acompanhei pessoas com tendência - e até com prática - homossexual. Acompanhei-as, aproximei-as do Senhor, algumas não podem, mas acompanhei-os a todos. É isto que se deve fazer: acompanhar as pessoas como fez Jesus”.
“O que eu falei foi da maldade da doutrinação da teoria do género. Contou-me um pai de família francês que, à mesa com os filhos, perguntou ao rapaz de 10 anos: ‘Que queres ser quando fores grande?’ ‘Quero ser rapariga’ .O pai deu-se conta que, nos livros do colégio ensinavam a teoria do género. Isto é contra a ordem natural. Uma coisa é uma pessoa ter esta tendência e opção, ao ponto de mudar de sexo, coisa diferente é ensinar isso nas escolas para mudar a mentalidade. A isto eu chamo ‘colonização ideológica’".
A Renascença com o Papa Francisco na Geórgia e no Azerbaijão. Apoio: Santa Casa da Misericórdia de Lisboa .