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Papa denuncia “ilegalidade” e a “violência” que hipotecam o futuro das crianças migrantes

13 out, 2016 - 15:35 • Ana Lisboa

No Dia do Migrante e Refugiado, Francisco alerta para a situação dos menores sozinhos, perseguidos ou abandonados e defende a urgência de adoptar medidas para os proteger.

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A mensagem para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado 2017, divulgada esta quinta-feira pelo Vaticano, é desta vez dedicada aos “migrantes menores de idade, vulneráveis e sem voz”.

Francisco recorda, as crianças vítimas de “exploração” ou “encaminhadas para a prostituição ou pornografia”, entregues com “escravas do trabalho infantil”, as que são “alistadas como soldados” e também as que são “envolvidas em tráfico de drogas e outras formas de delinquência”.

O Santo Padre diz que são “tantas meninas e meninos” que actualmente são também “forçados por conflitos e perseguições a fugir, com o risco de se encontrarem sozinhos e abandonados”.

Por isso, destaca “o dever de chamar a atenção para a realidade dos mais pequenos “especialmente os deixados sozinhos, pedindo a todos para cuidarem” de modo particular desta faixa da população migrante.

O Papa defende a urgência “de adoptar todas as medidas possíveis para garantir protecção e defesa das crianças migrantes, “três vezes mais vulneráveis – porque de menor idade, porque estrangeiras e porque indefesas – quando, por vários motivos, são forçadas a viver longe da sua terra natal e separadas do carinho familiar”.

Privadas dos mais elementares apoios, muitas crianças, alerta Francisco, “acabam facilmente nos níveis mais baixos da degradação humana, onde a ilegalidade e a violência queimam numa única chama o futuro de demasiados inocentes, enquanto a rede do abuso de menores é difícil de romper”.

Na sua mensagem, lembra a importância de garantir a adequada integração das crianças migrantes e suas famílias nos países de destino. E também a urgência de se “adoptarem procedimentos” nacionais e internacionais que contrariem as “causas da emigração forçada dos menores” e de se encontrarem “soluções duradoras” para um problema “complexo”, que tem na sua “raiz” uma mudança significativa na realidade migratória.

Ao contrário do que acontecia, sublinha o Papa, o fenómeno migratório já não engloba “apenas pessoas à procura de um trabalho digno ou de melhores condições de vida”. Envolvidos nestes fluxos estão também cada vez mais “homens e mulheres, idosos e crianças forçados a abandonar as suas casas” devido a situações como “guerras, violações dos direitos humanos, corrupção, pobreza, desequilíbrios e desastres ambientais”.

Estas pessoas rumam à Europa e a outros continentes “com a esperança de se salvar e encontrar paz e segurança noutro lugar. E os menores são os primeiros a pagar o preço oneroso da emigração”, refere o Papa, que termina a sua mensagem reforçando “o direito” dos mais novos a crescerem “num ambiente saudável e protegido”.

Comentários
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  • E as nossas crianças
    13 out, 2016 lisboa 22:27
    E as crianças europeias também... expostas ao perigo do terrorismo!...

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