17 out, 2016 - 12:02 • Ana Lisboa
Quando se assinala o Dia para a Erradicação da Pobreza e dos Sem-abrigo, a Irmandade de S. Roque celebra uma missa na Basílica dos Mártires, em Lisboa, para lembrar os que morrem sozinhos.
A eucaristia tem lugar no Chiado, em Lisboa, às 18h30. Será presidida por D. Joaquim Mendes, bispo auxiliar de Lisboa.
O objectivo é lembrar todos aqueles que faleceram durante o último ano na capital, e que, por não terem ninguém, foram acompanhados pela Irmandade.
A igreja está “decorada com umas flâmulas com o nome. Depois, na altura da Oração dos Fiéis evocamos o primeiro nome de todos aqueles que acompanhamos ao longo do ano”, explica Mário Pinto Coelho, o 1.º vice-provedor.
A Irmandade cumpre, assim, as Obras de Misericórdia “enterrar os mortos” e “rezar pelos vivos e defuntos”.
Desde 2006, foram acompanhados 1.432 funerais de pessoas que terminaram a sua vida sem ninguém. O irmão Mário Pinto Coelho diz que há várias situações: “Aqueles que são sem-abrigo; aqueles que por overdose também morrem na rua; os que morrem em quartos alugados; e ainda os que morrem no hospital abandonados muitas vezes pelas próprias famílias ou que não têm família”.
Para cumprir esta missão a Irmandade da Misericórdia e de S. Roque conta com 14 irmãos que, em alguns casos, têm dificuldade em acompanhar todos os funerais. “Há dias em que há dois, três ou quatro. Mas uma vez já houve 14 funerais no mesmo dia”.
Por isso, o irmão Mário Pinto Coelho lança um desafio: “Aquelas pessoas que se sintam com disponibilidade e com generosidade suficiente para participar neste e noutros projectos, temos muito gosto em acolhê-los e acompanhá-los."