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Patriarca de Lisboa pede “casa digna” para todos em Portugal

23 dez, 2016 - 21:00 • Eunice Lourenço

“Que mais ninguém tenha que nascer na manjedoura por não ter lugar na hospedaria”, deseja D. Manuel Clemente na sua mensagem de Natal.

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Patriarca pede “casa digna” para todos em Portugal

Fornecer “casa digna” para todos os habitantes em Portugal é o desafio colocado pelo cardeal patriarca de Lisboa na sua mensagem de Natal.

D. Manuel Clemente recorre à passagem bíblica que conta que Jesus Cristo nasceu numa manjedoura por não haver lugar para Maria e José em nenhum hospedaria de Belém. E manifesta o desejo de que seja possível “dar a todos e proporcionar a cada um uma habitação condigna para que mais ninguém tenha que nascer na manjedoura por não ter lugar na hospedaria".

Na tradicional mensagem de Natal, transmitida na noite de sábado, o patriarca começa por pedir aos católicos que se concentrem não em si próprios, mas na “forma original e desafiadora” como Jesus nasceu há dois mil anos.

“Nós gostamos de acontecer com alguma afirmação, gostamos de acontecer às vezes até com alguma imposição de nós próprios, mas aquilo que aconteceu há dois mil anos foi tão diferente que, por isso mesmo, a marca divina que tem e a marca de origem que permanece não deixa de ser para todos nós profundamente desafiadora”, diz D. Manuel Clemente.

“É assim que Deus aparece na vida das pessoas. Aparece como quem aí está e como quem deve ser reparado para que, reparando nele, também reparemos nos outros com a sua simplicidade, com a sua vida comum e com as necessidades que apresentam", prossegue.

Pedindo também que os cristãos não imaginem tanto que se afastem da realidade, D. Manuel Clemente apela: “Vejamos Deus onde ele quer estar, encontremos Jesus Cristo na vida de todos e de cada um e sobretudo naquela vida que precisa de mais atenção, que precisa de ser prioritariamente acolhida ou restabelecida em muitas e muitas circunstâncias.”

“Se dizemos que o Natal nos traz esta lição da maneira de Deus acontecer no mundo, também traz para cada um de nós uma exigência acrescida de solidariedade concreta”, continua o patriarca, citando o Evangelho quando diz que o Menino foi deitado numa manjedoura porque não encontraram lugar para ele na hospedaria.

“Perguntemos então quantos e quantas nas nossas cidades, vilas e aldeias, no nosso país como em tantos outros países, mas não se afastando muito daquela esfera de acção que pode ser nossa, quantos têm lugar nas hospedarias, isto é, quantos têm um tecto que verdadeiramente os abrigue, uma casa que possam sentir como sua, onde possam nascer, crescer, viver e conviver”, questiona o bispo de Lisboa.

“Façamos desta preocupação de arranjar casa digna para todos os habitantes do nosso território, começando pelos locais onde estamos mais proximamente, façamos desta obrigação um exercício solidário à luz do Natal, porque este é um ponto no qual nos devemos e podemos encontrar cada vez mais: dar a todos e proporcionar a cada um uma habitação condigna para que mais ninguém tenha que nascer na manjedoura por não ter lugar na hospedaria”, conclui.

Manuel Clemente preside ainda este sábado às 24h00 à Missa do Galo, na Sé de Lisboa, e no domingo, dia de Natal, às 11h30, faz a sua homilia de Natal, neste mesmo templo.

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  • manel
    25 dez, 2016 10:40
    o patriecado de lisboa tem muitas e não paga imi pode começar a dar aos pobres

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