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Jovens voltam a dizer "Eu Acredito" e vão estar com o Papa Francisco em Fátima

06 mar, 2017 - 13:55 • Ângela Roque

Movimento que recebeu Bento XVI, em 2010, foi relançado por causa do centenário das aparições. A iniciativa, que se veste de azul e até tem um hino, vai levar dois mil jovens a Fátima, em Maio. No próximo sábado, os jovens reúnem-se no Terço Diocesano, em Lisboa.

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“Mãe dos portugueses” é o hino que a banda Simplus fez para o “Eu Acredito”, que, em Maio, estará em Fátima com o Papa Francisco.

O movimento, que há sete anos vestiu de azul mais de 10 mil jovens na missa que Bento XVI celebrou no Terreiro do Paço, em Lisboa, voltou a reunir-se numa noite de oração, em 2013, quando o Papa resignou. O ano passado, foi relançado porque os jovens de Lisboa pensaram preparar de uma forma especial o centenário das aparições de Fátima, num momento em que ainda nem sabiam que o actual Papa viria à Cova da iria.

Cláudia Lourenço, responsável pelo Serviço de Juventude do Patriarcado de Lisboa, é da equipa organizadora do ‘Eu Acredito’, que vai levar dois mil jovens em peregrinação ao Santuário. a 12 e 13 de Maio.

Em entrevista à Renascença, Cláudia Lourenço fala da caminhada espiritual que têm feito desde Outubro. Entre as iniciativas que têm dinamizado, está a oração do terço. Um dos pontos altos será no próximo domingo, com o Terço Diocesano, na igreja de S. Vicente de Fora.

O que é que vos levou a relançar o "Eu Acredito"?

Foi em 2016, com as comemorações que se avizinhavam do centenário das aparições de Fátima. Surgiu novamente a vontade, que partiu dos próprios jovens, de voltarmos a reunir-nos no "Eu Acredito, em Lisboa, e voltarmos a marcar presença pública. Oficialmente, começámos em Outubro, ou seja: a imagem visível do "Eu Acredito", com o lançamento do site e do programa, começou nessa altura, mas a equipa executiva, que tem planeado os eventos, começou a reunir-se logo em Janeiro de 2016, já a pensar no Maio de 2017. Nessa altura, não pensávamos sequer no Papa Francisco vir cá, íamos fazer o "Eu Acredito"’ para celebrar os 100 anos das aparições de Fátima. Esse era o objectivo, e é. Claro, o facto do Papa vir a Fátima trouxe um novo "élan" e uma vontade ainda maior.

Entre as iniciativas que têm dinamizado nestes meses, está a oração mensal do terço. Porquê?

Gostávamos muito de incutir nos jovens esta vontade de rezar o terço, de que a mensagem de Fátima se actualizasse, hoje, na vida dos jovens. Levar a vida dos pastorinhos de Fátima e mostrar que aquelas crianças foram um exemplo de fé impressionante. Às vezes, até nos esquecemos que eles eram três crianças, tal a vivência da fé que eles tiveram. E, portanto, pedimos aos jovens que rezassem o terço, em família, na paróquia, em comunidade, todos os dias 13 até Maio de 2017. E desafiámos algumas vigararias a juntarem-se e a fazerem orações conjuntas. Isso aconteceu em Novembro, em Dezembro e, novamente, em Fevereiro. Agora, no dia 12 de Março, vamos ter o terço diocesano.

Que é um dos pontos altos do vosso programa...

Exactamente, é como se fosse o culminar destas orações que se têm feito pela diocese. Estamos no facebook e vemos como o grupo mais pequenino da paróquia não sei de onde, todos os dias 13 está a rezar o terço com a sua paróquia, na simplicidade que é a vida comunitária de cada grupo. E é interessante ver como os movimentos também, se já não tinham essa actividade, começaram a marcar o dia 13 com esta caminhada.

Outra iniciativa que tivemos foi dia 1 de Janeiro, a missa pela paz, que teve a presença de uma imagem peregrina de Fátima, com uma procissão até ao Padrão dos Descobrimentos.

Estas iniciativas que têm mobilizado muitos jovens na diocese de Lisboa. Não têm vergonha de levar a sua fé para rua...

Sim, tem sido muito bom, porque mesmo o próprio movimento do "Eu Acredito" é um conjunto de sensibilidades e de vida pastoral muito diferente. É composto, quer por representantes do Serviço da Juventude do Patriarcado quer por representantes de movimentos como Shoenstatt, como as Equipas de Jovens de Nossa Senhora, como o CUPAV, como os Focolares, como as Guias, como grupos paroquiais. Estamos todos a trabalhar em equipa para conseguir levar esta ideia aos jovens de que ser cristão é ser cristão no mundo, onde estamos, no trabalho, na faculdade, no liceu, na família. É onde estamos e não ficarmos fechados na nossa paróquia. Por isso, também o desafio de sairmos da nossa vigararia e irmos para outras igrejas rezar o terço.

O terço diocesano marcado para dia 12 de Março vai decorrer onde? O que é que está previsto?

Está marcado para a igreja de S. Vicente de Fora, que é a sede do Patriarcado de Lisboa, e será às 16h00. Sendo um terço jovem, terá vários testemunhos de pessoas a quem pedimos para transmitirem aquilo que Fátima é na sua vida. Teremos também a música dos Fogo Posto, uma banda que editou há tempos o livro-CD “1/3 Jovem”, e convidámos os Fogo Posto para estarem connosco, animando a oração do terço com a sua música. Não queremos fazer um evento espectacular. Vamos rezar o terço, mas queremos ter também um lado jovem e um lado de partilha e testemunhal muito forte.

Esta caminhada espiritual vai até Maio, culminando coma peregrinação. Para essa peregrinação, já houve muitos jovens interessados em participar? Ainda é possível inscreverem-se?

As inscrições abriram muito recentemente, no mês de Fevereiro, e esgotaram muito rapidamente. Tínhamos duas mil vagas e em quatro ou cinco horas, essas vagas foram preenchidas. Se houver alguma desistência, algum grupo que se tinha inscrito e desista, há lista de espera.

Vamos partir de Lisboa, vamos de comboio até à estação que fica perto de Fátima e daí faremos uma caminhada de alguns quilómetros. Portanto, uma caminhada que também ela é preparada do ponto de vista espiritual. E, depois, no santuário, acompanharemos as cerimónias oficiais de 12 e 13, onde estará o Papa.

O “Eu Acredito” volta a marcar presença numa visita do Papa...

Exactamente. Em 2010, o “Eu Acredito” foi preparado um pouco mais próximo do acontecimento, teve um impacto enorme, mas aconteceu naquela tarde e naquele momento. Desta vez, como começámos a preparar com tanto tempo de antecedência, ficou logo muito claro entre nós que era muito importante apostar na caminhada espiritual, para que toda a gente se sentisse envolvida numa caminhada que tivesse a ver com os pastorinhos e com Nossa Senhora, de modo a que não fosse preciso chegar a Maio de 2017 para isto fazer sentido. Queremos que faça sentido precisamente por tudo o que já se viveu para trás. Portanto, uma vez por mês, desde Outubro até Maio, lançamos um tema baseado na mensagem de Fátima. Temos convidado algumas pessoas para gravarem também o seu testemunho, um vídeo que acompanha o tema de cada mês, e tem sido muito interessante saber que nos mais variados sítios, em colégios, nos grupos paroquiais, em movimentos, de alguma forma estes temas têm entrado. Queríamos dar a conhecer os pastorinhos, dar a conhecer a mensagem de Fátima e transmitir esta mensagem de paz, de sermos nós hoje os missionários da paz. Até temos um capítulo que se chama ‘Os pastorinhos somos nós’, ou seja, que hoje é a nós que Nossa Senhora pede esta missão de sermos missionários da paz, de não nos deixarmos levar pela indiferença, e querermos representar o bem no mundo.

Os jovens do "Eu acredito" são todos da diocese de Lisboa ou já houve outros de outras dioceses que tentaram juntar-se a esta iniciativa?

Quando começámos a pensar no "Eu Acredito", pensámos em dar a conhecer este projecto às outras dioceses do país. A diocese do Porto recentemente juntou-se ao "Eu Acredito’" na parte da caminhada espiritual e alguns destes acontecimentos que aqui tivemos já foram replicados na diocese do Porto. E eles vão também fazer a sua peregrinação de 12 e 13 de Maio. Vamos juntar-nos no Santuário, até porque muitos dos movimentos que têm representação no "Eu Acredito" de Lisboa também existem no Porto. Portanto, foi um conjunto de vontades que se juntou. Temos coisas em comum, como a imagem do "Eu Acredito", os símbolos, e queremos também criar a tal mancha no Santuário, que seja visível. Vai continuar a ser a mancha azul, por causa das "t-shirts", uma mancha visível que representa, realmente, um caminho de comunhão muito grande.

A entrevista foi transmitida no espaço informativo das 12h na Renascença em que, à segunda-feira, damos destaque aos temas sociais, de solidariedade e da vida da Igreja.

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