03 jun, 2017 - 19:17 • Paula Costa Dias
Luís Miguel Cintra recebeu este sábado, em Fátima, o Prémio Árvore da Vida. À margem da Jornada Nacional da Pastoral da Cultura, o encenador agradeceu e falou do seu conflito interior.
“Quando eu tenho passado tantos anos num diálogo e num conflito, não de inimigos mas de esclarecimento próprio, na minha própria relação com a Igreja, é me agradável sentir que a Igreja o reconhece como conflito interno e não como conflito com o exterior”, disse o homem que durante décadas foi o líder da Cornucópia.
Há, contudo, algo que lhe agrada menos que é “a sensação de ser em fim de vida”. Mas isso, frisa “é a crueldade da própria vida humana, não é culpa do júri”.
Luís Miguel Cintra recusou o valor monetário do prémio, de 2.500 euros, colocando-o à disposição do júri.
Para José Luís Ramos Pinheiro, gerente do grupo Renascença Comunicação Multimédia, “a vida e o contributo de Luís Miguel Cintra para a cultura portuguesa são de tal forma evidentes que falam por si”.
O júri, salientou, “foi, no fundo, um humilde portador do agradecimento da sociedade portuguesa e também da Igreja portuguesa.” E o prémio “não é justo, é justíssimo”, frisou José Luís Ramos Pinheiro.
A entrega do Prémio Árvore da Vida decorreu na jornada nacional da Pastoral da Cultura, encontro que levantou algumas questões para reflexão e apresentou alguns exemplos positivos de iniciativas culturais em que a Igreja tem envolvido os jovens.
O Prémio Árvore da Vida-Padre Manuel Antunes é atribuído anualmente pela Igreja Católica para destacar um percurso ou obra que reflectem o humanismo e a experiência cristã.
O galardão, composto pela escultura "Árvore da Vida", de Alberto Carneiro, e 2.500 euros, foi instituído em 2005 pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, contando desde então com o patrocínio do grupo Renascença Comunicação Multimédia.