06 jun, 2017 - 14:16 • Ângela Roque
A Cáritas Portuguesa está preocupada com a necessidade de assegurar ajuda de emergência à Venezuela, tendo em preparação uma campanha para o efeito.
A campanha solidária deverá ser lançada até final desta semana, mas antes a Cáritas Portuguesa quer perceber como poderá fazer chegar a ajuda, porque as dificuldades são muitas.
“A Cáritas internacional tem procurado fazer chegar ajuda material, e não tem conseguido”, explica Eugénio Fonseca, que aponta o dedo ao Governo da Venezuela: “Não querem reconhecer a grave crise que está instalada, e criam dificuldades à solidariedade externa. O governo não deixa entrar nenhum apoio no país, e isto é arrepiante, permitir-se uma situação destas e não haver uma intervenção internacional. Manter no isolamento aquelas pessoas, isto não podia acontecer. A Cáritas internacional já quis intervir e não conseguiu, porque não deixam entrar nada de bens, com fins solidários”.
É por isso necessário encontrar “canais seguros para que os contributos que viermos a enviar para a Venezuela sejam entregues aos destinatários”.
A campanha será, por isso, de recolha de fundos, a entregar à Cáritas local que depois, com a ajuda de outras organizações e dos países vizinhos, arranjará forma de comprar e fazer entrar no país o que faz mais falta. “O nosso contributo será entregue à Cáritas da Venezuela, que depois tem indicação de preferencialmente atender às comunidades portuguesas, mas não esquecendo todas as outras pessoas, com particular atenção, porque é isso que nos está a preocupar muito, à subnutrição das crianças com menos de cinco anos, que está a levar a problemas de saúde complicados”, diz Eugénio Fonseca.
O presidente da Cáritas Portuguesa explica que o apelo que receberam da congénere venezuelana tem a ver sobretudo com a falta de alimentos e medicamentos: “É aí que vai assentar a nossa campanha, no sentido de se adquirirem os medicamentos necessários e se providenciar a alimentação”, e que “depois as várias organizações que trabalham com a Cáritas, incluindo as organizações portuguesas com quem a secretaria de estado já está a articular, irão com certeza dar uma resposta célere e credível a esta campanha que nos vamos realizar”.
Essa é outra garantia que faz questão de sublinhar, a de que tudo será feito em articulação com a secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, porque “já está a ter lá um trabalho, e não queremos fazer nada paralelo”.