13 set, 2017 - 15:17
Leia a opinião de D. Manuel Clemente:
Cinco mil pessoas, segundo os números da Polícia Municipal do Porto, marcaram presença nas cerimónias fúnebres de D. António Francisco dos Santos, esta quarta-feira, na Sé do Porto. O bispo do Porto foi sepultado numa cripta na capela de São Vicente, nos claustros da Sé.
“Tendo sabido da morte inesperada de D. António Francisco dos Santos, o Papa Francisco deseja expressar o seu pesar e a sua solidariedade à comunidade diocesana do Porto, bem como aos familiares em luto e a todos quantos beneficiaram do serviço deste pastor afável, generoso”, afirmou o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, através de uma mensagem lida durante as cerimónias.
O Papa classifica D. António Francisco dos Santos como um “incansável servidor do Evangelho e da Igreja”, associando-se “em espírito” às cerimónias fúnebres.
A missa fúnebre foi presidida por D. Manuel Clemente, actualmente patriarca de Lisboa, a quem D. António sucedeu na sé do Porto.
Na homilia, D. Manuel sublinhou os muitos depoimentos elogiosos que têm sido feitos a propósito da sua morte. "Todos aliam sentimentos de admiração e já saudade pela sua grande figura pessoal, eclesial e social que entre nós viveu e conviveu, pois grande era a sua capacidade de estar com os outros", disse. "Se em boa parte somos o que os outros nos fazem ser, grande vantagem foi termos podido desfrutar da sua palavra, presença e generosidade."
D. António Francisco dos Santos foi, diz o patriarca de Lisboa, sem hesitação, "rosto e gesto de Cristo" e verdadeiro "bom pastor", no "sentido cristão de quem dá a vida pelas suas ovelhas".
"Lembro-me de quando veio falar comigo quando veio para o Porto, hesitante em aceitar o cargo. Estava feliz e realizado em Aveiro e tinha receio de não ser capaz. Foi capaz, capacíssimo, e no essencial foi próximo e amigo. Não faltaram dificuldades, mas nenhuma lhe endureceu o espírito e o trato. Fisicamente o coração pode parar. Espiritualmente, isto é, realmente, continua connosco no coração de Deus e de Cristo o nosso bom pastor. Muito obrigada caríssimo irmão e amigo", concluiu o Patriarca.
Leia aqui a homília de D. Manuel Clemente na íntegra.
D. António Francisco dos Santos morreu esta segunda-feira, aos 69 anos, vítima de enfarte agudo do miocárdio, na Casa Episcopal do Porto, onde residia.
Na sua primeira homilia como bispo do Porto, em 2014, disse: "Os pobres não podem esperar”. Na última, este sábado, em Fátima, defendeu a construção de uma "igreja bela, como uma casa de família".
[Notícia actualizada às 17h54]