24 set, 2017 - 12:29
Numa carta de 25 páginas (que pode ler aqui ) entregue ao Papa Francisco no mês passado, e divulgada este domingo pela Associated Press, os 62 signatários emitiram uma “correção filial” ao papa — uma medida que disseram não ser usada desde o século XIV.
Em causa estão as declarações de Francisco na Exortação Apostólica Amoris Laetitia . A carta acusa Francisco de propagar sete posições hereges em relação ao casamento, moral e sacramentos com o seu documento de 2016 e subsequentes “actos, palavras e omissões”.
De acordo com o documento, “o pontífice apoiou direta ou indiretamente a crença de que a obediência à Lei de Deus pode ser impossível ou indesejável e que a Igreja deve às vezes aceitar o adultério como um comportamento compatível com a vida de um católico praticante”.
A iniciativa segue a outro pedido formalizado por quatro cardeais conservadores que escreveram no ano passado a Francisco a pedirem-lhe para clarificar uma série de “dúvidas” sobre o seu texto de 2016.
A posição do líder da Igreja Católica motivou cinco perguntas desses quatro cardeais conservadores, que pediram ao papa esclarecimentos em relação ao conteúdo da exortação apostólica ‘Amoris Laetitia’ (Alegria do Amor), que encoraja os padres a ajudar os casais católicos divorciados e que voltaram a casar a decidir se devem, ou não, receber o sacramento da comunhão.
O Papa Francisco não respondeu a nenhuma destas iniciativas, segundo a Associated Press. Por isso, os signatários da carta decidiram divulgar o documento.
Esta “correção filial”, assinada por 62 pessoas (40 assinaram logo na origem e os outros 22 juntaram-se) foi também divulgada em simultâneo através de sites e blogs conservadores e linha tradicionalista. Das assinaturas não constam cardeais, nem bispos, excepto Bernard Fellay, superior da Fraternidade Sacerdotal S. Pio X. Entre os signatários ( ver lista), contam-se vários leigos, teólogo e docentes em Universidades e Institutos católicos, como o historiador Roberto de Mattei e o banqueiro Gotti Tedeschi, ex-presidente do banco do Vaticano, o IOR.