13 out, 2017 - 11:56 • Aura Miguel, com Redacção e Lusa
O bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, disse esta sexta-feira que as ameaças da guerra, o aumento do mal e os dramas da humanidade não são esquecidos em Fátima, de onde também brota uma resposta contra o mal.
"Não se pode passar indiferente ao mal, nem tentar iludi-lo olhando para o lado. Há que reparar o que ele estraga, reconstruir o que ele destrói nos corações e nas relações com Deus, com os outros e entre os povos. Com o escritor Vitorino Nemésio podemos afirmar: 'Com Fátima entrou um certo sinal de eterno nos ajustamentos da história'”, disse o bispo Marto, na homilia da missa que encerrou a última peregrinação aniversária do ano, na Cova da Iria.
"Em Fátima, a humanidade passou a valer mais", reforçou o bispo de Leiria-Fátima.
D. António recordou, ainda, o apelo que o Papa Paulo VI deixou em Fátima, há 50 anos, um apelo "dirigido aos homens de todo o mundo" que se mantém "actual" neste tempo em que "persistem as tensões entre as grandes potências, continuam os conflitos configurando uma 'terceira guerra mundial em episódios'” e em que "alastra o terrorismo e a ameaça nuclear é tão aguda como então".
“Homens, dizemos neste momento singular, procurai ser dignos do dom divino da paz. Homens, sede homens. Homens, sede bons, sede cordatos, abri-vos à consideração do bem total do mundo. Homens, sede magnânimos. (...) Homens, não penseis em projectos de destruição e de morte, de revolução e de violência; pensai em projectos de conforto comum e de colaboração solidária. Homens, pensai na gravidade e na grandeza desta hora, que pode ser decisiva para a história da geração presente e futura; e recomeçai a aproximar-vos uns dos outros com intenções de construir um mundo novo; sim, um mundo de homens verdadeiros, o qual é impossível de conseguir se não tem o sol de Deus no seu horizonte", citou.
O bispo de Leiria-Fátima defendeu, ainda, que a grande prioridade para o futuro da fé cristã é tornar Deus presente e próximo ao coração humano: "Esta é a grande prioridade para o futuro da fé cristã: tornar Deus presente, próximo e íntimo ao coração humano, Deus amigo dos homens, fonte de humanização, de confiança na bondade e na beleza da vida."
"Nesta época em que estamos a viver uma certa indiferença religiosa, uma espécie de eclipse cultural de Deus, Maria convida-nos hoje a descobrir o gosto e o encanto de Deus e da sua beleza, a proclamar como Deus é grande", acrescentou.