08 nov, 2017 - 20:35 • Ecclesia
A Arquidiocese de Braga anunciou que vai constituir um grupo para acompanhamento dos cristãos divorciados recasados, admitindo a possibilidade de acesso aos sacramentos, “de acordo com um processo de discernimento individual”.
A resolução foi aprovada esta quarta-feira, “por unanimidade”, no Conselho Presbiteral, onde foram definidas orientações para a renovação da Pastoral Familiar.
O grupo que irá acompanhar os divorciados que vivem em nova união será composto por leigos e sacerdotes.
“Para além de informar e aconselhar sobre processos de declaração de nulidade do matrimónio, a equipa irá acompanhar cada caso, para que após um processo de discernimento pessoal seja reavaliado o acesso aos sacramentos e a possibilidade de virem a ser padrinhos/madrinhas”, adianta uma nota publicada pela Arquidiocese de Braga.
O Papa propõe na sua exortação apostólica sobre a família, ‘Amoris Laetitia’, publicada em 2016, um caminho de “discernimento” para os católicos divorciados que voltaram a casar civilmente, sublinhando que não existe uma solução única para estas situações.
O objectivo da resolução assumida pela Arquidiocese de Braga passa por integrar a pessoa na comunidade cristã após um “verdadeiro processo de discernimento”, que conduzirá a “uma conversão, um trabalho sério da consciência”.
“Há que evitar dar a entender que se trata de uma ‘autorização’ geral para aceder aos sacramentos. De facto, trata-se de um processo de discernimento pessoal, no foro interno, acompanhado por um pastor com encontros regulares, que ajuda a distinguir adequadamente cada caso singular à luz do ensinamento da Igreja”, pode ler-se no documento intitulado ‘Construir a Casa sobre a Rocha’.
No documento, composto por algumas linhas orientadoras para a aplicação da Exortação Apostólica ‘Amoris Laetitia’, é ainda reforçada a importância e responsabilidade da Pastoral Familiar na preparação matrimonial e no acompanhamento dos casais nos primeiros anos de vida conjugal.
A Arquidiocese de Braga anunciou ainda que irá juntar-se ao Papa Francisco na celebração do primeiro Dia Mundial dos Pobres, com uma mensagem de D. Jorge Ortiga, arcebispo primaz.