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Jerusalém como capital? “Não posso calar a minha profunda preocupação", diz Papa

06 dez, 2017 - 09:34

Presidente norte-americano anunciou que irá reconhecer Jerusalém como capital de Israel e retirar a embaixada dos EUA de Telavive. Mundo em alerta.

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Jerusalém como capital? “Não posso calar a minha profunda preocupação", diz Papa

O Papa Francisco mostrou-se esta quarta-feira preocupado com a intenção anunciada do Presidente norte-americano de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

“A este respeito, não posso calar a minha profunda preocupação pela situação que se criou nos últimos dias”, afirmou durante a audiência geral.

Francisco dirigiu, “ao mesmo tempo, um premente apelo para um empenho de todos, no respeito do ‘status quo’ da cidade, em conformidade com as pertinentes resoluções da Nações Unidas”.

“Jerusalém é uma cidade única, sagrada para os hebreus, cristãos e muçulmanos, que nela veneram os lugares santos das respectivas religiões e tem uma vocação especial para a paz”, sublinhou ainda o Papa.

Por tudo isto, Francisco “reza ao Senhor para que tal identidade seja preservada e reforçada em beneficio da Terra Santa, do Médio Oriente e do mundo inteiro, e que prevaleçam a sabedoria e a prudência, para evitar novos elementos de tensão num panorama mundial já em convulsão e marcado por tantos e cruéis conflitos”.

Antes da audiência geral, o Papa recebeu o Presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, com quem falou sobre o anúncio do Presidente Donald Trump.

No final da reunião, afirmou: “A Terra Santa é para nós, cristãos, a terra por excelência do diálogo entre Deus e a humanidade”. Não só entre religiões, “como dentro da sociedade civil”.

E “a condição primária para que esse diálogo exista é que haja reciprocidade e compromisso de fortalecimento e respeito, sendo reconhecidos os direitos de todos os povos onde quer que estejam”, sublinhou Francisco.

Abbas deslocou-se ao Vaticano com uma delegação constituída por outros responsáveis palestinianos envolvidos no diálogo inter-religioso com o Vaticano.

O reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a mudança da embaixada norte-americana de Telavive para aquela cidade deverá ser feito esta quarta-feira por Donald Trump, à hora de almoço na Casa Branca (final da tarde, em Lisboa).

O Presidente norte-americano anunciou a sua intenção na terça-feira e desde então têm chovido críticas e alertas de todo o mundo. Os Estados Unidos podem transformar-se assim no único país do mundo a reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

Uma declaração de guerra

O representante dos palestinianos na Grã-Bretanha considera que o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel é, na prática, uma declaração de guerra.

“Significa o beijo da morte à solução dos dois Estados”, afirmou Manuel Hassassian esta quarta-feira, numa entrevista à rádio BBC.

Trump “está a declarar uma guerra no Médio Oriente, uma guerra contra 1,5 mil milhões de muçulmanos e centenas de milhões de cristãos que não vão aceitar que a Terra Santa esteja sob a hegemonia única de Israel”, acrescentou.

Outros líderes árabes também criticaram a decisão do Presidente norte-americano, que acusam de contrariar décadas de diplomacia norte-americana para o Médio Oriente.

Da parte da Síria, o Ministério dos Negócios Estrangeiros condenou esta quarta-feira o anúncio de Donald Trump, considerando que é “o culminar do crime de usurpação da Palestina e de deslocação das suas gentes”.

A Turquia considera que a decisão irá conduzir “ a região e o mundo a um fogo sem fim à vista”.

“Declarar Jerusalém como capital é desrespeitar a história e as verdades da região; é uma grande injustiça, crueldade, loucura, estupidez e muitas vistas curtas”, escreve o vice-primeiro-ministro, Bekir Bozdag, no Twitter.

“Apelo a todos que ajam com respeito pelos acordos que assinaram e se comportem com razoabilidade, evitando uma ameaça à paz por questões política doméstica ou outras”, acrescenta.

França e Alemanha preocupadas

O Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão já emitiu um aviso aos cidadãos que pretendam viajar para o Médio Oriente, dizendo que “não se pode descartar a ocorrência de confrontos violentos” na região.

A Alemanha mostra-se assim preocupada com as consequências do anúncio de Donald Trump, o mesmo acontecendo com França, onde o Ministério dos Negócios Estrangeiros também lançou um alerta sobre manifestações e protestos esperados no Médio Oriente.

Os viajantes franceses são aconselhados a evitar grandes concentrações de pessoas, sobretudo na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.

Comentários
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  • ARP
    07 dez, 2017 Coimbra 21:22
    João, Jerusalém é considerada santa por 3 religiões. Embora os primeiros ocupantes da cidade fossem judeus foram eles que deram origem às outras 2 religiões. Portanto não venha dizer que Jerusalém é dos judeus, é de todas as 3 religiões.
  • João
    06 dez, 2017 Lisboa 14:01
    ARP, mentira Jerusalém é judaica! Os primeiros cristãos eram judeus! Portanto o seu a seu dono! Os árabes nem sequer são dali, nem nunca o profeta deles ali esteve, apesar do disparate do maomé. E se é assim tão sagrada para o islão por que carga de água nem sequer vem citada no corão? Deviam ler esse atentado à inteligência o corão e ver o que é o: islão existe para dominar e não para ser dominado (Alcorão 9:33), e que os muçulmanos são as melhores criaturas (Alcorão 3:111) ao passo que os kufar (os não muçulmanos) são as criaturas mais perversas (Alcorão 98:6, 8:55)! Estou farto desta gente que nos obriga a pensar em religião, num mundo em que cada vez menos faz qualquer sentido! E a ter que optar jamais seria por este fascismo social imposto por cameleiros e analfabetos.
  • 06 dez, 2017 13:40
    Trump(a) não passa de um "cow boy" sanguinário e criminoso... não só vai incendiar a região, como o resto do Mundo... e, pior, vai dar mais pretextos aos extremistas de todo o Planeta, para darem largas ao seu ódio... a América - e o Mundo - mereciam melhor presidente!
  • Maria
    06 dez, 2017 Porto 13:35
    Mas nunca mais vem o tal exame psiquiátrico ao homem?
  • ARP
    06 dez, 2017 Coimbra 13:34
    Dalton Catunda Rocha, Jerusalém é uma cidade origem de 3 religiões. Não deve ser pertença de nenhuma delas. Os judeus têm a capital em Telavive, não há razão nenhuma para mudarem. Isto só serve para agravar as guerras na zona e porventura causar conflitos a nível mundial.
  • Dalton Catunda Rocha
    06 dez, 2017 Fortaleza- Ceará - Brasil 13:04
    O Trump está certo. Jerusalém pertence aos judeus. Jerusalém deve ser a capital uma e indivisa de Israel, como aliás, o Parlamente do Israel proclamou umas década atrás. Este papa devia ver que, em todo o Oriente Médio, só em Israel é que os cristãos tem liberdade religiosa.
  • o trumpismo
    06 dez, 2017 lx 12:54
    é a maior das "trampas" que temos de aturar! Como foi possível um anormal que mais não tem do que os bolsos cheios de cifrões chegar a presidente dos USA? É a estupidificação de quem o elegeu!
  • 06 dez, 2017 12:27
    Deixem o pato donald da mao! Falem da melancia!
  • AP
    06 dez, 2017 Portugal 11:19
    Boa! Nova corrida às armas! Vendas, vendas, VENDAS! Boa Trump!
  • silva
    06 dez, 2017 coimbra 11:14
    Este mentecapto não descansa enquanto não lançar umas bombas atómicas....

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