08 dez, 2017 - 20:50 • Júlio Almeida
Uma "memória agradecida". O Bispo de Aveiro usou a expressão muito comum em D. António Francisco dos Santos para explicar o motivo da compilação de textos litúrgicos e outras reflexões 'in manus tuas' (Editora Tempo Novo).
"São escritos que não perderam atualidade, que continuam a ser desafios válidos". D. António Moiteiro apontava, assim, as virtudes das 500 páginas, uma parte do legado de cerca de um milhar de páginas deixadas escritas durante a passagem por Aveiro pelo seu antecessor, falecido repentinamente a 11 de setembro passado, aos 69 anos.
"Fazer memória significa tornar presente. Tem de ser continuado, aprendendo com o senhor D. António Francisco, para que os nossos tempos possam continuar a construir o Reino de Deus", vincou o Bispo de Aveiro.
A diocese do Porto, segundo revelou o Cónego Américo Aguiar, igualmente presente no lançamento, irá agora completar a parte em falta, até ao desaparecimento inesperado.
A forma como D. António Francisco dos Santos exerceu o seu magistério - nas palavras do Padre Francisco Melo, a quem coube a apresentação da obra, "foi um pastor da proximidade e da bondade" - encaixam na nova via para chegar a Santo da Igreja aberta pelo Papa Francisco e poderá vir a motivar o pedido de beatificação.
"Quanto a isso, pertence à Diocese do Porto, porque é aí que está sepultado. Segundo a legislação da Igreja tem de passar cinco anos. Se vós avançardes, nós fá-lo-emos também com muito entusiamo", disse, a propósito do tema, o Bispo de Aveiro dirigindo-se ao cónego Américo Aguiar.
O livro 'in manus tuas' ('Nas tuas mãos') - lema episcopal de D. António Francisco dos Santos -, viu a luz do dia exatamente 11 anos depois da entrada em Aveiro, onde passou mais tempo como bispo, quase sete anos e meio.
A apresentação da obra, que resultou de uma pesquisa de Pedro Ventura e Jorge Pires Ferreira, decorreu esta sexta-feira na nova sede distrital de Aveiro Corpo Nacional de Escutas onde o auditório passou a ser identificado pelo nome do falecido bispo.