16 jan, 2018 - 19:50 • Aura Miguel , Filipe d'Avillez
O Papa Francisco visitou esta terça-feira um estabelecimento prisional para mulheres em Santiago do Chile a quem fez questão de dizer que a privação de liberdade não deve significar privação de dignidade.
À chegada à prisão, o Papa foi recebido por várias pessoas, incluindo uma religiosa, que lhe fez um curto discurso, e uma reclusa, Janeth Zurita, que agradeceu a sua presença e pediu que ele intercedesse junto de Deus por ela e as restantes detidas.
“Papa Francisco, pedimos perdão aos que ferimos com os nossos delitos. Sabemos que Deus nos perdoa, mas também pedimos perdão à sociedade”.
Janeth foi bastante aplaudida pelas restantes reclusas quando apelou ainda ao Papa que intercedesse para que fossem concedidas melhores condições às mulheres presas que são mães. "Papa, fazemos uma petição muito sentida, em representação de todas as privadas de liberdade no Chile: interceda para que o sistema de justiça modifique as condenações para mulheres que são mães de menores de idade e para que possamos pagar a nossa dívida com a sociedade sem descuidar nem abandonar as crianças, evitando assim que mais tarde sejam eles os futuros condenados ou condenadas".
Em resposta, o Papa disse que "ser privadas de liberdade não é o mesmo que ser privadas de dignidade. Por isso, é necessário lutar contra todo o tipo de clichés, de rótulos que digam que não se pode mudar, ou que não vale a pena, ou que o resultado é sempre o mesmo.”
“Não, queridas irmãs! Não é verdade que o resultado é sempre o mesmo. Todo o esforço que se fizer lutando por um amanhã melhor – embora muitas vezes pareça que cai em saco roto –, sempre dará fruto e será recompensado”, disse Francisco.
O Papa chegou na segunda-feira a Santiago, no Chile, mas só esta terça-feira é que decorreu a cerimónia de boas-vindas, seguida de uma missa campal, a que assistiram cerca de 400 mil pessoas. Ainda esta noite o Papa encontra-se com os bispos e com os padres e religiosos do Chile. Mais tarde, terá um encontro privado com os jesuítas naquele país.
Francisco continua ainda dois dias no Chile e depois viaja para o Peru, de onde seguirá para Roma no domingo.