19 jan, 2018 - 18:15 • Aura Miguel , Filipe d'Avillez
O Papa Francisco pediu esta sexta-feira, no Peru, aos jovens da Amazónia que não se conformem jamais com a destruição da Amazónia.
“Vedes, com tristeza, a destruição das florestas. Os vossos avós ensinaram-vos a descobri-las: nelas encontravam o seu alimento e os remédios que os curavam. Hoje, são devastadas na vertigem dum equivocado progresso. Os rios que acolheram os vossos jogos e vos deram comida, hoje estão sujos, poluídos, mortos. Jovens, não vos conformeis com o que está a acontecer", disse Francisco.
Francisco incentivou ainda os jovens com quem esteve em Puerto Maldonado, no lar O Principezinho, a estudar, mas sem perder de vista as tradições de que são herdeiros. “Não renuncieis à herança dos vossos avós, não renuncieis à vossa vida nem aos vossos sonhos. Gostaria de vos encorajar a estudar: preparai-vos, aproveitai as oportunidades que tendes para vos formar. O mundo precisa de vós, jovens dos povos nativos, e precisa de vós assim como sois.”
Depois de, nos seus dois discursos anteriores, o Papa ter criticado a exploração e a discriminação dos indígenas e apelado aos nativos da Amazónia que ajudem a combater o “demónio” da avareza e do dinheiro, que “exigem sacrifícios humanos” e “destroem florestas”, neste encontro com os jovens o Papa responsabilizou-os pela mudança de rumo da sociedade actual.
“Amigos, muitas vezes, as nossas sociedades precisam de corrigir o rumo e estou certo de que vós, jovens dos povos nativos, podeis ajudar imenso neste desafio, sobretudo ensinando-nos um estilo de vida que se baseie no cuidado, e não na destruição, de tudo aquilo que se opõe à nossa ganância”, disse.
Depois deste encontro, o Papa almoça com representantes dos povos da Amazónia, e de seguida parte para Lima, capital do Peru, onde ainda esta sexta-feira se encontra com as autoridades, sociedade civil e corpo diplomático.
Francisco fica ainda dois dias no Peru e no domingo à noite regressa para Roma, onde chega na segunda-feira.
Renascença no Chile e Peru com o Papa Francisco. Apoio: Santa Casa da Misericórdia de Lisboa