10 fev, 2018 - 23:31 • Ângela Roque
O Encontro Nacional da Pastoral Penitenciária terminou este sábado com um alerta renovado para a necessidade de se olhar de forma mais atenta e inclusiva para os reclusos. É preciso “sensibilizar universidades, escolas e a sociedade em geral para uma perspetiva inclusiva das pessoas em situação de reclusão”, sublinha a nota enviada à Renascença no final do encontro.
A abertura de “casas de acolhimento”, o desenvolvimento de “atividades ocupacionais” e a criação de “lojas solidárias”, onde sejam vendidos produtos feitos nas prisões, são algumas das sugestões saídas deste encontro. O documento fala na importância de estimular a participação dos reclusos “no desenvolvimento de atividades em prol da comunidade”, e diz que é preciso capacitá-los para a vida fora da cadeia, através da “assunção crescente de responsabilidades no âmbito de uma cidadania ativa e participativa, dando especial ênfase à dimensão laboral”.
O voluntariado foi o principal tema central deste encontro de dois dias que reuniu assistentes espirituais e religiosos, colaboradores e voluntários ligados à Pastoral Penitenciária. “Houve uma profícua partilha de boas práticas, seja de projetos de voluntariado ligados a instituições de cariz católico, seja de projetos ligados a outras instituições da sociedade civil”, sublinha o comunicado, lembrando o protocolo recentemente celebrado entre a Cáritas Portuguesa e a Direção Geral da Reinserção e Serviços Prisionais. O diretor, Celso Manata, que também marcou presença na reunião, “manifestou o seu apreço por este serviço da Igreja Católica em Portugal, constatando o muito que se vai fazendo e lançando alguns desafios para complementar essa colaboração”.
Presidido por D. José Traquina, Bispo de Santarém e presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, o Encontro Nacional da Pastoral Penitenciária contou com mais de uma centena de participantes provenientes das Dioceses do Algarve, Angra, Aveiro, Beja, Bragança-Miranda, Coimbra, Évora, Guarda, Leiria-Fátima, Lisboa, Porto, Portalegre e Castelo-Branco, Setúbal, Viseu, Santarém e também das Forças Armadas e Segurança.