15 fev, 2018 - 13:07
Uma igreja dedicada aos 21 cristãos coptas decapitados por terroristas do auto-proclamado Estado Islâmico numa praia da Líbia, em 2015, é inaugurada esta quinta-feira, na cidade egípcia de Our.
A construção do templo teve início logo em abril desse ano, com o apoio do governo egípcio. A igreja foi erguida na cidade de Our, perto da aldeia de Samalot, na província de Minya, de onde eram originários quase todos estes cristãos que se encontravam a trabalhar na Líbia quando foram sequestrados pelos jihadistas, em Dezembro de 2014.
Segundo a agência de notícias Fides, os familiares dos cristãos assassinados deverão participar na cerimónia de inauguração.
A data escolhida para a inauguração deve-se ao facto de o Papa copta Tawadros II ter decidido inscrever - acrescenta ainda a Fides - “os 21 cristãos no livro dos mártires da Igreja Copta” tendo estabelecido que “a sua memória se celebre neste dia”.
Os jihadistas transformaram o assassinato destes 21 cristãos num acto de propaganda ao terror, filmando a execução e enviando uma “mensagem assinada com sangue à nação da cruz”.
O bispo copta católico de Guiza, no Egipto, D. Anba Antonios Aziz Mina, recordou, citado pela AciDigital, “que estas novas vítimas do ISIS (os jihadistas do auto-proclamado Estado Islâmico) morreram como mártires”, acrescentando que “o nome de Jesus foi a última palavra que saiu dos seus lábios”.
“Assim como na paixão dos primeiros mártires, confiaram-se nas mãos daquele que logo ia recebê-los. E assim – acrescentou o Prelado – celebraram a sua vitória, a vitória que nenhum assassino poderá lhes tirar. Esse nome sussurrado no último momento é como o selo de seu martírio.”
A inauguração desta igreja dedicada aos 21 mártires, faz lembrar que o Egipto é, de facto, um país que tem estado na mira dos radicais islâmicos e que a comunidade cristã é um dos seus principais alvos.
Ainda recentemente, uma delegação do secretariado italiano da Fundação AIS visitou este país tendo-se encontrado com Tawadros II.
A delegação testemunhou as inúmeras medidas de segurança que foram tomadas entretanto para proteger todas as igrejas. “Mas o que mais nos impressionou durante este tempo”, explicou Alessandro Monteduro, director do secretariado italiano da Fundação AIS, “foi o vigor e a beleza da fé dos cristãos coptas do Egipto que, apesar dos ataques, apesar do terror criado pela acção dos grupos fundamentalistas islâmicos, não deixaram de se reunir nas igrejas".