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Semana Santa

Pedrógão Grande. O dia depois da “noite que afugenta os crimes"

01 abr, 2018 - 17:13 • Susana Madureira Martins

Sendo a última, a procissão da Ressurreição do Senhor em Pedrógão Grande foi a mais simbólica. Partiu da igreja Matriz, ao meio-dia, percorreu lentamente as ruas da vila e com o tempo ótimo, sem frio e com muito sol.

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Depois de todas as outras procissões da Semana Santa terem ficado prejudicadas pela chuva e frio intensos, o tempo deste Domingo de Páscoa ajudou, pena foi estar “pouca gente”, lamentou-se à Renascença uma das participantes.

Tudo decorreu num silêncio profundo, só cortado pela música da Banda Filarmónica Pedroguense, que arrancou com uma “Nossa Senhora Dolorosa” em tom muito triste, logo seguida de “São Martinho”, igualmente dolente e a marcar a passada muito lenta dos participantes.

Durante o percurso da Procissão viram-se muitas janelas enfeitadas com toalhas e colchas muito coloridas e à passagem do pároco da vila, Júlio Santos, os pedroguenses fizeram questão de atirar pétalas de flores.

De muito perto seguia o presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, que fez questão de vestir a opa vermelha com que os elementos da organização saíram para a Procissão.

Desde Quinta-Feira Santa que a vila vive solenidade atrás de solenidade e o autarca pedroguense diz que é especialmente sensível à Procissão da Ressurreição do Senhor, trazendo “muitos emigrantes” que vão a Pedrógão Grande nesta altura da Páscoa “por poucos dias, por uma semana ou duas e os que vivem também Lisboa e nas grandes cidades”.

O autarca de Pedrógão Grande conversou com a Renascença e sublinhou esses o facto desses que “regressam e trazem os seus filhos e netos para viverem estas cerimónias que são seculares”, desejando que “para o ano vai ser melhor”, já que “este ano a chuva não deixou sair as procissões”, rematando que esta da Ressurreição serviu para “aquecer a alma às pessoas que é o que é preciso”.

A procissão terminou onde começou, na igreja Matriz de Pedrógão Grande, onde decorreram todas as celebrações desta Semana Santa na vila, a maior parte delas presididas por Júlio Santos, caso da pouco participada Vigília Pascal de Sábado Santo, que começou pelas onze da noite com uns sofridos seis graus centígrados de temperatura e uma ventania que terá afugentado os pedroguenses.

Logo no início dessa celebração foi possível ouvir o padre Júlio Santos ler o texto da liturgia a referir essa “noite que afugenta os crimes” que antecede o Domingo de Páscoa.

À assembleia que participou na missa deste domingo o padre de Pedrógão Grande fez questão de dizer “conseguimos”, referindo o empenho dos pedroguenses nesta Semana Santa, alertando também que “continuar a Páscoa é continuar a ser comunitário”.

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