14 abr, 2018 - 15:51
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Os patriarcas das três principais confissões religiosas na Síria condenaram este sábado, numa declaração conjunta, os ataques levados a cabo contra alvos militares sírios pelas forças armadas dos Estados Unidos, França e Reino Unido.
Num documento de duas páginas, divulgado nas redes sociais, os líderes das igrejas Greco-Ortodoxa, Siro-Ortodoxa e Melquita, denunciam os ataques como uma “agressão brutal” que “viola claramente o direito internacional e a carta das Nações Unidas, por ser um ataque injustificado a um país soberano, membro da ONU”.
“Causa-nos grande dor que este ataque venha de países poderosos contra os quais a Síria não causou qualquer tipo de mal”, lamentam ainda os patriarcas, que sublinham ainda o facto de não haver qualquer prova que justifique a acusação de uso de armas químicas por parte do regime de Bashar al-Assad. “As alegações dos Estados Unidos e de outros países de que o exército sírio está a usar armas químicas e que a Síria seja um país que detém e usa este tipo de arma, não se encontra justificada nem apoiada por provas suficientes e claras”.
Os três patriarcas estranham que o ataque tenha surgido precisamente quando a Comissão Internacional de Inquérito se preparava para ir para o terreno estudar o alegado uso de armas químicas em Douma, na região de Ghouta, e afirmam que o ataque não faz mais do que encorajar as organizações terroristas que continuam a lutar contra o regime.
João X, da Igreja Greco-Ortodoxa; Inácio Aphrem II, da Igreja Siro-Ortodoxa e José I Absi, da Igreja Melquita, que se encontra em comunhão com Roma, assinam este documento em que fazem um apelo “às igrejas nos países que participaram nesta agressão, que cumpram os seus deveres cristãos, de acordo com o ensinamento dos evangelhos, e condenam esta agressão, pedindo aos seus governos que se comprometam na proteção da paz internacional.”
Por fim, os hierarcas saúdam “a coragem, heroísmo e sacrifícios” do exército sírio, “que corajosamente protege a Síria e fornece segurança ao seu povo”, agradecendo ainda a postura dos países aliados da Síria nesta guerra civil que já dura há mais de sete anos.