15 abr, 2018 - 11:51 • Filipe d'Avillez
O Papa Francisco recordou este domingo a situação na Síria, admitindo estar perturbado pelo que se passa e pedindo aos políticos que encontrem soluções de justiça e de paz para aquele país.
No final da oração do Regina Coeli, na Praça de São Pedro, Francisco dirigiu-se aos fiéis presentes e admitiu estar “muito perturbado pela atual situação no mundo, no qual, não obstante os instrumentos ao dispor da comunidade internacional, tarda-se em acordar uma ação comum em favor da paz na Síria e noutras regiões do mundo.”
Francisco prometeu continuar a rezar pela paz. “Enquanto rezo pela paz, convidando todas as pessoas de boa-vontade a fazê-lo também, volto a apelar a todos os responsáveis políticos para que façam prevalecer a justiça e a paz.”
A guerra civil na Síria dura há mais de sete anos e na madrugada de sábado para domingo Estados Unidos, França e Reino Unido lançaram um ataque contra alvos militares leais ao regime, em retaliação pelo alegado uso de armas químicas por parte do Governo de Bashar al-Assad.
Cerca de 10% da população da Síria é cristã e logo no sábado os três líderes das principais confissões cristãs lançaram um comunicado conjunto em que apelidam o ataque dos países ocidentais de “brutal agressão”.
Homem corpo e alma
Durante a habitual reflexão sobre o evangelho do dia, que antecede a oração do Regina Coeli, o Papa falou sobre o facto de Jesus ter ressuscitado em corpo e alma, e não como espírito, como o próprio Cristo faz questão de sublinhar aos seus discípulos.
Este facto, diz o Papa, é demonstrativo da importância do corpo para os homens.
“O corpo não é um obstáculo, uma prisão da alma. O corpo é criado por Deus e o homem não é completo se não for uma união de corpo e alma”, disse.
Isto, por sua vez, obriga o homem a respeitar o seu próprio corpo e o dos outros.
“O corpo é um dom estupendo de Deus, destinado à união com a alma, a expressar plenamente a imagem e semelhança dele. Portanto, somos chamados a ter um grande respeito e cuidado pelo nosso corpo e pelo dos outros.”
“Todas as ofensas, feridas ou violência ao corpo do nosso próximo são um ultraje a Deus criador! Penso de forma particular nas crianças, nas mulheres e todos os idosos que são maltratados fisicamente. Na carne destas pessoas encontramos o corpo de Cristo. Ridicularizado, caluniado, humilhado, flagelado, crucificado, Jesus nos ensinou o amor. Um amor que, na sua ressurreição, mostrou-se mais poderoso que o pecado e que a morte, e que deseja resgatar todos os que experimentam no próprio corpo a escravidão dos nossos tempos”, concluiu Francisco.