15 abr, 2018 - 18:42
O bispo do Porto, D. Manuel Linda, disse na missa de entrada solene na diocese que as comunidades católicas devem trabalhar para combater o individualismo, a violência e a “insensibilidade perante a morte”.
“É a apavorante sina da humanidade: rejeitar a verdade da existência, representada n’Aquele que São Pedro define como “o Príncipe da Vida”, e eleger a mentira da insensibilidade perante a morte. Que o digam as vítimas das violências e das guerras. Mas que os digam também os descartados e marginalizados pela civilização da abundância e do desfrute”, disse.
D. Manuel Linda falou num mundo em que é mais comum “eleger a mentira” e citou Agustina Bessa Luís para defender que a presença da Igreja “passa por ‘comover [os corações] para desconvocar a angústia e aligeirar o medo’”.
O novo bispo do Porto reafirmou que conta com todos e usou linguagem futebolística. “A nossa equipa diocesana do Porto não terá, portanto, suplentes: nem jovens nem crianças, nem adultos nem idosos, nem ricos nem pobres, nem cultos nem humilhados. Tê-los-á a todos como titulares e em campo”.
A Diocese do Porto celebrou hoje a entrada solene do seu novo bispo, nomeado pelo Papa Francisco a 15 de março para suceder a D. António Francisco dos Santos, falecido a 11 de setembro de 2017.
D. Manuel Linda, que este domingo faz 62 anos, lembrou o seu antecessor: “Se o imito na pronúncia, saiba, igualmente, continuá-lo na simplicidade encantadora, na afectividade envolvente e na bondade contagiante. É que, tal como ele, também eu estou convencido que só isso lança pontes da Igreja para o mundo e do mundo para a Igreja”.
O novo bispo do Porto tinha sido nomeado pelo Papa Francisco como ordinário castrense em Portugal a 10 de outubro de 2013, sucedendo então a D. Januário Torgal Ferreira, que resignou por limite de idade. Antes, fora nomeado auxiliar da Arquidiocese de Braga, a 27 de junho de 2009, pelo Papa Bento XVI; a ordenação episcopal aconteceu na Catedral de Vila Real, a 20 de setembro do mesmo ano, numa cerimónia presidida por D. Joaquim Gonçalves, então bispo da diocese transmontana.