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Presidente das Filipinas expulsa missionária australiana que o criticou

27 abr, 2018 - 16:42

Campanha de Duterte contra as drogas já levou à morte de 12 mil pessoas. Patricia Fox diz que faz parte da sua missão enquanto freira católica estar do lado das vítimas.

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O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, ordenou a expulsão do país de uma freira de 71 anos, oriunda da Austrália, que ali vive e trabalha como missionária há quase três décadas.

A decisão de Duterte surgiu depois de Patricia Fox ter participado num protesto contra o Presidente.

Desde que foi eleito, Duterte tem estado em conflito aberto com a hierarquia da Igreja Católica, que é extremamente influente no país, sobretudo por causa da sua “guerra contra a droga”, que tem conduzido a uma onda de execuções extrajudiciais não só de traficantes mas também de simples toxicodependentes.

Segundo a ONG Human Rights Watch, esta campanha já levou à morte de mais de 12 mil pessoas. Em agosto, Duterte deu ordens específicas às autoridades para atirar sobre ativistas dos direitos humanos que estejam a “obstruir a Justiça”.

Os bispos têm criticado a presidência e Duterte não se tem poupado nas críticas à Igreja também.

Como Patricia Fox é estrangeira, Duterte tem mais campo de ação contra ela. Alinhado com ele, o departamento que regulamenta a imigração nas Filipinas já a classificou como “indesejável” devido às suas “atividades político-partidárias”.

A decisão do gabinete de imigração surge apenas uma semana depois de Duterte se ter referido a Fox num discurso a soldados. “Ela não tem o direito de nos criticar. Não insultes o meu país”, afirmou. Posteriormente o porta-voz do Presidente mostrou aos jornalistas fotografias de Fox a discursar num protesto de trabalhadores agrários e industriais em Davao, cidade de onde Duterte é natural e que governou durante mais de 20 anos, já na altura acusado de violações de direitos humanos.

Patricia Fox é madre superior da ordem de Nossa Senhora do Sião e justificou as suas ações dizendo que “faz parte da minha missão, enquanto freira católica, colocar-me ao lado daqueles cujos direitos humanos têm sido violados e que nos pedem ajuda”.

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