18 jun, 2018 - 14:02 • Ecclesia
As comissões Justiça e Paz da Igreja Católica em Portugal publicaram uma mensagem conjunta sobre o acolhimento aos refugiados, pedindo “abertura e generosidade” à sociedade e aos responsáveis católicos.
“As migrações são, nas sociedades globalizadas de hoje, um fenómeno incontornável. Se forem reguladas com prudência, mas também com abertura e generosidade, podem contribuir para o desenvolvimento económico e social dos países de proveniência e dos países de destino dos migrantes”, assinala o texto.
No início da semana de ação conjunta mundial “Partilhar a Viagem”, que conta com o apoio da Conferência Episcopal e da Cáritas Portuguesa, em vésperas da celebração do Dia Mundial do Refugiado (20 de junho), as comissões sublinham que o “dever de acolhimento e do respeito pelos direitos dos refugiados e migrantes” tem sido um tema recorrente no magistério do Papa Francisco.
“O acolhimento de refugiados e migrantes decorre das exigências do amor cristão e da consciência da fraternidade universal”, assinala a mensagem intitulada “Refugiados, migrantes e fraternidade universal”.
As comissões Justiça e Paz advertem para o crescimento de “correntes de opinião e movimentos políticos” de “clara hostilidade ao acolhimento” de refugiados e migrantes, evocando a polémica com o navio “Aquarius”, impedido de atracar na Itália, que chegou este domingo a Valência, na Espanha.
O documento deixa votos de que “as correntes de hostilidade ao acolhimento de refugiados e migrantes” não tenham expressão em Portugal.
“A convivência de pessoas e povos de diferentes culturas pode ser uma ocasião de enriquecimento recíproco se houver uma consciência clara e madura dos valores que definem a identidade de cada um”, pode ler-se.
Os responsáveis católicos recordam as negociações relativas aos dois Pactos Globais das Nações Unidas sobre Refugiados e para as Migrações Seguras, Ordenadas e Regulares, pedindo que “sejam inspiradas pelos princípios do acolhimento e fraternidade universal, e pelo respeito dos direitos humanos”.
Subscrevem o documento a Comissão Nacional Justiça e Paz, a Comissão Justiça Paz e Ecologia dos Institutos Religiosos e as Comissões Diocesanas Justiça e Paz de Aveiro, de Bragança-Miranda, de Coimbra, de Leiria-Fátima, de Portalegre e Castelo Branco, de Santarém, de Vila Real e de Setúbal.