13 ago, 2018 - 13:01 • Teresa Paula Costa
O bispo cabo-verdiano D. Arlindo Gomes Furtado defendeu, esta segunda-feira, na homilia da missa que encerrou a peregrinação de agosto, no Santuário de Fátima, a urgência do acolhimento aos refugiados.
Para o cardeal Furtado, “é urgentíssimo que as consciências se despertem e produzam ações concretas em favor dos refugiados, a começar pela ação de acolher".
"Os governos e as autoridades políticas dos Estados Unidos e da Europa, por um lado, e dos países de onde partem esses irmãos, por outro lado, têm o dever moral de abrir a inteligência e o coração e de se unir em vista duma solução duradoira e pacífica para os gravíssimos problemas dos migrantes em geral e dos refugiados em especial.”
O bispo da diocese de Santiago presidiu à peregrinação dirigida aos migrantes, a quem pediu uma “fé criativa.” Para D. Arlindo, “a fé de um migrante na terra estrangeira pode sofrer uma outra configuração, imposta pelo novo ritmo de vida que a nova situação social, profissional e mesmo eclesial requer.” É por isso que “o migrante deve promover uma fé criativa e transformadora, enfrentando e superando desafios, assumindo-se como discípulo missionário de Cristo, integrando-se progressivamente na Igreja local da sua residência".
"Faço um forte apelo aos migrantes de nunca negligenciarem a transmissão da fé cristã aos próprios filhos, como a melhor herança", enfatizou.
Na sociedade plural em que o mundo hoje vive,” concluiu D. Arlindo Gomes Furtado, “a diversidade de povos, de cultura e de expressões de fé deve ser considerada como riqueza e deve ser integrada de forma razoável no todo comunitário, capaz de inovar a vivência cristã com novos aspetos.”
No âmbito desta peregrinação, procedeu-se à tradicional oferta de trigo ao santuário de Fátima, uma tradição nascida em 1940 pela mão da Juventude Agrária Católica da diocese de Leiria-Fátima. Em 2017, foram oferecidos por peregrinos 8.215 quilos de trigo e 530 quilos de farinha, que foram doados a instituições e vendidos a empresas fabricantes de hóstias. No mesmo ano, consumiram-se no santuário da Cova da Iria, aproximadamente, 37.700 hóstias em 10 561 missas.