16 ago, 2018 - 17:17
A Conferência Episcopal dos Estados Unidos (USCCB, na sigla inglesa) pede uma investigação liderada pelos Vaticano, com o apoio de inspetores leigos, aos alegados abusos sexuais cometidos pelo cardeal Theodore McCarrick, que resignou no mês passado.
O pedido dos bispos norte-americanos aconteceu dois dias depois do Supremo Tribunal do estado da Pensilvânia ter divulgado as conclusões da maior investigação sobre abusos na Igreja Católica, segundo a qual 301 padres terão abusado de mais de 1.000 menores nas últimas sete décadas.
“Sejam quais forem os detalhes sobre o arcebispo McCarrick nos muitos abusos na Pensilvânia (ou em qualquer outro lugar), já sabemos que uma causa básica é o fracasso da liderança episcopal”, reconhece, em comunicado, o cardeal Daniel DiNardo, presidente da USCCB.
Os bispos norte-americanos defendem “mudanças práticas para evitar a repetição dos pecados e falhas do passado”.
O comité executivo da Conferência Episcopal dos Estados Unidos definiu três objetivos e três princípios para atacar o flagelo dos abusos na Igreja.
Além da investigação ao arcebispo McCarrick, os outros dois objetivos passam pela abertura de novos canais confidenciais para apresentação de queixas contra bispos e resolução mais eficaz de futuras denuncias.
“O objetivo primordial é uma proteção mais forte contra os predadores na Igreja e qualquer um que os esconda”, garantindo “os mais altos padrões de transparência e responsabilidade”.
Os três critérios para implementar estas metas são uma “independência genuína”, para evitar que bispos possam esconder casos; em segundo lugar, garantir que a autoridade disciplinar do Papa é respeitada e que “proteja os mais vulneráveis dos abusos do poder eclesial”; em terceiro lugar, um maior envolvimento dos leigos em áreas como a investigação ou a psicologia, porque “a sua presença reforça” a independência.
Nas últimas semanas, a Igreja Católica foi assolada por dois casos de alegados abusos sexuais. Além da investigação na Pensilvânia, o cardeal Theodore McCarrick também está sob suspeita, tendo já resignado ao cargo.