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​Bispo de Aveiro critica “campanha orquestrada contra o Papa”

31 ago, 2018 - 18:01 • Com Ecclesia

Numa carta enviada à diocese, D. António Moiteiro lembra o “esforço” que Francisco tem colocado na erradicação destes casos na Igreja Católica.

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O bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, reagiu esta sexta-feira à crise aberta na Igreja Católica pelos casos de abusos sexuais cometidos por membros do clero, e à contestação de que tem sido alvo o Papa Francisco por sectores mais conservadores.

Numa carta enviada à diocese, D. António Moiteiro, atual presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, salienta a importância de a Igreja Católica “tudo fazer para que estes crimes sejam abolidos da sociedade”, de “fazer justiça na defesa das vítimas” e de “denunciar os culpados”.

Aquele responsável católico lamenta, no entanto, a “campanha que tem sido orquestrada contra o Papa Francisco, a propósito destes casos, por parte de alguns membros da Igreja Católica”.

Depois de frisar que as estruturas da Igreja estão “sempre necessitadas de conversão e renovação”, D. António Moiteiro recorda o empenho que o Papa argentino sempre tem colocado, ao longo do seu pontificado, na busca de soluções para este e outros problemas.

“O esforço que o Papa Francisco, na continuação dos Papas que o precederam, tem vindo a fazer para tornar a Igreja mais evangélica, em diálogo com o mundo atual e em responder a problemas novos que se colocam à nossa ação pastoral, merece todo o nosso apoio como povo de Deus em terras de Aveiro”, frisa o mesmo responsável.

Recorde-se que a temática dos abusos sexuais marcou de forma particular a recente viagem apostólica internacional do Papa à Irlanda, entre 25 e 26 de agosto.

Num país onde a Igreja Católica também está a lidar com vários casos envolvendo sacerdotes e religiosos, Francisco deixou uma mensagem de vergonha e tristeza perante todo este contexto, que afeta também outras estruturas católicas, em vários países e continentes.

E garantiu que tudo irá fazer para que nunca mais os membros da Igreja se vejam envolvidos nestes “crimes hediondos” contra crianças e jovens, cuja dignidade deveriam promover e proteger.

Na sequência da visita do Papa à Irlanda, o arcebispo Carlo Maria Viganò publicou uma carta onde acusou Francisco de também não ter sido lesto na denúncia e resolução dos casos de pedofilia.

O antigo núncio apostólico em Washington, nos Estados da América, referiu-se concretamente ao caso do cardeal norte-americano Theodore McCarrick, que tinha sido acusado publicamente em julho de abuso sexual reiterado de menores, durante vários anos.

Numa missiva que também vai ser partilhada a todas as comunidades católicas da Diocese de Aveiro, através das missas dominicais, D. António Moiteiro reitera o seu apoio ao Papa argentino.

E desafia os fiéis a manifestarem o seu “assentimento filial aos ensinamentos do magistério de Francisco” e a sua colaboração e empenho na mudança de que a Igreja procura.

“Comprometemo-nos em renovar a nossa Igreja e o mundo em que vivemos e, ao mesmo tempo, pedimos ao Espírito Santo que nos ilumine nesta missão que diz respeito a todos nós”, conclui o bispo de Aveiro, que já tinha abordado esta questão em Cinfães, durante a sessão de homenagem a D. António Francisco dos Santos.

Comentários
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  • Rj
    31 ago, 2018 Lisboa 19:39
    Gostava que todos os Senhores Bispos de Portugal tomassem uma posição sobre esta situação que o Papa Francisco está a passar. Em especial os do Patriarcado de Lisboa. Obg.

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