22 set, 2018 - 13:04
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Na sequência do acordo entre o Vaticano e a China, anunciado este sábado, o Papa Francisco decidiu criar uma nova diocese chinesa. Localizada na província de Hebeu, a diocese de Chengde engloba uma área de mais de 39.500 km², com cerca de 3,7 milhões de habitantes.
De acordo com dados recentes, neste território há cerca de 25 mil católicos, distribuídos por doze paróquias, nas quais servem sete sacerdotes, uma dúzia de religiosos e alguns seminaristas.
O anúncio da criação desta nova diocese surge num comunicado da Santa Sé que divulga mais detalhes do acordo provisório com Pequim é relativo à nomeação de bispos para as comunidades católicas na China, o primeiro do género assinado entre as duas partes.
No âmbito deste acordo, sete bispos que estavam em situação irregular, incluindo dois que tinham sido excomungados, vão ser reintegrados em comunhão com a igreja católica universal. Os nomes destes bispos constam no comunicado da Santa Sé: Giuseppe Guo Jincai, Giuseppe Huang Bingzhang,
Paolo Lei Shiyin, Giuseppe Liu Xinhong, Ma Yinglin, Giuseppe Yue Fusheng, Vincenzo Zhan Silu e Antonio Tu Shihua.
O Papa espera que estas decisões possam acelerar um processo que permita “superar as feridas do passado”, rumo à “plena comunhão de todos os católicos chineses”.
“A comunidade católica na China é chamada a viver em colaboração mais fraterna, para trazer compromisso renovado à proclamação do Evangelho”, lê-se no comunicado.
"Os Bispos da China estão em comunhão com o Bispo de Roma"
O chefe da diplomacia do Vaticano destaca a importância do acordo alcançado este sábado. “Pela primeira vez em muitas décadas, hoje todos os Bispos da China estão em comunhão com o Bispo de Roma”, diz o cardeal Parolin.
“O Papa Francisco, como seus imediatos antecessores, olha e se dirige com particular atenção e com particular cuidado ao povo chinês. Precisamos de unidade, precisamos de confiança e de um novo impulso; há necessidade e ter Pastores bons, que sejam reconhecidos pelo Sucessor de Pedro e pelas legítimas Autoridades civis de seu país. E o Acordo surge precisamente neste horizonte: é um instrumento que esperamos possa ajudar neste processo, com a colaboração de todos”, afirmou o secretário de Estado do Vaticano, numa declaração oficial após a assinatura do acordo sobre a nomeação de bispos.