19 dez, 2018 - 14:34 • Teresa Paula Costa
Ano e meio depois do incêndio de Pedrógão Grande, a Cáritas de Coimbra concluiu o processo de entrega das casas reconstruídas às vítimas do incêndio. Em ano e meio, a instituição reconstruiu 17 casas e adquiriu outras duas para substituir as que não tinham hipótese de reconstrução, num total até agora gasto de 1 milhão e 600 mil euros.
Esta terça-feira marca o final de uma etapa. Segundo o presidente da instituição católica, Padre Luís Costa, “todas as casas [que a Cáritas de Coimbra assumiu] estão reconstruídas e habitadas”, partindo-se agora para a etapa do “acompanhamento”, o que significa proceder aos ajustes finais que sejam solicitados pelos habitantes, e “proceder à legalização das casas”.
Por outro lado, frisa o sacerdote, “é preciso que as pessoas voltem à sua vida e que tenham o seu ritmo de vida normal”.
Esta terça feira, o bispo de Coimbra foi conhecer algumas das novas habitações e os seus moradores.
Há um ano, Alzira Quevedo, de 77 anos, passava o Natal na casa de amigos, porque o incêndio tinha dizimado a sua casa e todos os seus pertences. Este ano será diferente. Com emoção, a septuagenária relata aos jornalistas que foi graças aos voluntários da Cáritas, que apelida de “almas carinhosas”, que foi possível refazer a sua casa. Hoje, diz Alzira, “estou bem.”
Alzira Quevedo mora com o marido, Álvaro Santos, em Barraca da Boavista, uma povoação pertencente à freguesia de Vila Facaia, no concelho de Pedrógão Grande, ao lado da Estrada Nacional 236-1, que ficou apelidada de “Estrada da Morte”.
A expressão traz memórias traumatizantes a todos os que passaram pela experiência, o que leva D. Virgílio Antunes a reconhecer que “continua a haver dificuldades porque as memórias permanecem.” No entanto, “encontramos as pessoas muito mais abertas e tranquilas, a viver uma paz interior muito diferente da que viveram no período dos incêndios.”
Ao final da tarde de terça-feira, D. Virgílio Antunes celebrou a Eucaristia em Pedrógão Grande, jantando depois com as vítimas dos incêndios, a quem deixou uma mensagem de “incentivo a olhar o futuro com esperança e otimismo.”