21 dez, 2018 - 10:53 • Redação com Lusa
Oito toneladas de sal marinho, 3.800 peças e 300 metros de cabos elétricos compõem o presépio de Castro Marim, em exposição na Casa do Sal durante as festividades natalícias.
Em 87 metros quadrados de área estão representados vários ofícios tradicionais, como a carpintaria, a olaria ou a tecelagem, e cenas da tradição natalícia cristã.
Para construir este presépio, foram necessários quase 30 dias e duas mil horas de trabalho. "Iniciámos no dia 3 de novembro e terminámos no dia 30, para abrir no dia 1 [de dezembro]. De manhã, à tarde e à noite. Temos aqui praticamente 30 dias de trabalho, totalizando quase 2.000 horas entre todos. É muito tempo", afirma o autor do presépio, Andrelino Pena, que também é tesoureiro da Junta de Freguesia de Castro Marim.
Foi feito "em duas fases": a construção da estrutura, em madeira, que está debaixo do sal (e que contou com "sete ou oito pessoas") e depois "a fase de formatar o presépio, a parte do sal", na qual participaram três a quatro pessoas.
Há ainda trabalho "não visível", refere Andrelino Pena, como os 300 metros de cabos elétricos “enterrados no sal, com cento e tal pontos de luz”.
O sal marinho tradicional é um dos produtos mais característicos de Castro Marim.
"Nunca tínhamos trabalhado com o sal para estes fins e acho que foi uma ideia bem conseguida e uma aventura que foi vencida, porque vemos que, de ano para ano, isto tem vindo a ganhar outra dimensão, quer ao nível da estrutura, quer da divulgação da própria terra, que era o principal objetivo", afirma o presidente da Junta, Vítor Esteves.
Segundo o autarca, foram gastos 4.000 euros na construção deste presépio – “metade do que poderiam ser”, porque o projeto conta com a colaboração de pessoas e empresas que oferecem trabalho e materiais, como o sal.
Nas sua opinião compensa, porque há um "bom retorno" para a vila, onde a presença de visitantes também tem impacto no comércio e nas visitas aos monumentos locais, como o castelo de Castro Marim, argumentou.
O presépio de sal de Castro Marim pode ser visto até 6 de janeiro na Casa do Sal, estrutura com função cultural e destinada a promover este produto tradicional e característico da economia local.