24 jan, 2019 - 16:58 • Aura Miguel , no Panamá, com redação
O Papa exortou, esta quinta-feira, os bispos da América Central a "roubar" os jovens à rua, antes que "a cultura de morte, 'vendendo-lhes fumo' e soluções mágicas, se apodere e aproveite da sua imaginação".
"Exorto-vos a promover programas e centros educativos que saibam acompanhar, apoiar e responsabilizar os vossos jovens", disse Francisco, lembrando que esta atitude por parte do clero não deve ser nunca paternalista.
"Fazei-o, não com paternalismo como quem olha de cima para baixo, pois não é isso o que o Senhor nos pede, mas como pais, como de irmão para irmão", pediu o líder da Igreja Católica, durante o encontro na Igreja de São Francisco de Assis, no Panamá. "São rosto de Cristo para nós e, a Cristo, não o podemos olhar de cima para baixo, mas de baixo para cima".
O Papa lembrou ainda que esta Jornada Mundial da Juventude "é uma oportunidade única para sair ao encontro e aproximar-se ainda mais da realidade dos nossos jovens, cheia de esperanças e sonhos, mas também profundamente marcada por tantas feridas".
Durante o longo discurso que dirigiu aos bispos daquela região, o Papa mencionou e citou mais de dez vezes o arcebispo Oscar Romero, que foi assassinado em 1980, enquanto celebrava missa.
O clérigo salvadorenho foi morto por ser considerado uma voz incómoda para o regime, ao denunciar os abusos dos militares e a situação dos pobres em El Salvador. Foi canonizado pelo Papa em outubro do ano passado.
"Invocar a figura de Romero significa invocar a santidade e o caráter profético que vive no DNA das vossas Igrejas particulares", explicou Francisco. "A sua vida e magistério são fonte constante de inspiração para as nossas Igrejas e particularmente para nós, bispos", afirmou.
Recorde o momento no direto da Renascença: