27 jan, 2019 - 20:00 • Redação
O Papa Francisco pediu uma solução “justa e pacífica” para ultrapassar a crise política na Venezuela, que respeite os direitos humanos, e desejou o bem de todos os habitantes do país.
O pedido do Papa foi proferido depois da missa de encerramento das Jornadas Mundiais da Juventude, no Panamá, já quando visitava o lar do Bom Samaritano. Uma ocasião que o Papa aproveitou para assinalar o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, lembrar a tragédia da provocada pela barragem no Brasil, o ataque à igreja católica nas Filipinas e as mortes dos cadetes dos polícias colombianos.
“Tenho pensado muito no povo venezuelano, ao qual me sinto particularmente unido nestes dias e, perante a situação grave que o país atravessa, peço ao Senhor que se procure uma solução justa e pacífica para ultrapassar a crise, que se respeite os direitos humanos e desejo o bem de todos os habitantes do país”, disse o Papa.
O pontífice apelou ainda aos crentes para que rezem pela “ajuda de nossa senhora de Coromoto, patrona da Venezuela”.
Até agora, o Vaticano apenas tinha divulgado um comunicado breve sobre a Venezuela, no qual indicava que o papa acompanhava “de perto” a situação e rezava pelas vítimas e por todos os venezuelanos, assinalando que a Santa Sé apoia “todos os esforços que permitam evitar mais sofrimentos à população”.
A Venezuela enfrenta uma crise política que já levou a vários países europeus, incluindo Portugal, a lançarem um ultimato ao Presidente Nicolás Maduro para convocar eleições no prazo de uma semana. Caso Maduro não o faça, Portugal, Espanha, Alemanha, França e Reino Unido vão reconhecer Juan Guaidó, presidente do parlamento venezuelano, como chefe de Estado interino, com poder para conduzir o processo eleitoral.
Mas o Presidente venezuelano já rejeitou o ultimato declarando que o seu país não está “ligado” à Europa.
Entretanto, apoiantes do presidente do parlamento venezuelano, autoproclamado chefe de Estado, distribuíram hoje uma lei assinada por Juan Guaidó de amnistia aos soldados, tentando convencê-los a mudar de campo, enquanto o Presidente Nicolás Maduro assistiu pessoalmente a exercícios militares.