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“É preciso estar no confessionário para perceber o drama do aborto”, diz Papa

28 jan, 2019 - 12:31 • Filipe d'Avillez , Aura Miguel

Francisco mostrou-se solidário com o povo venezuelano, mas recusa-se a tomar partido, pois diz que isso seria uma “imprudência pastoral”.

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"É terrível”, diz o Papa

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O confessionário é um local onde se compreende bem o drama do aborto, considera o Papa.

Francisco voltou a conversar com os jornalistas que o acompanharam no regresso do Panamá, e falou da questão do aborto, mostrando-se solidário com o sofrimento das mulheres afetadas.

“Uma mulher, quando pensa naquilo que fez… Para dizer a verdade, é preciso estar no confessionário. E aí devemos consolar e não castigar. Por isso, abri a possibilidade da absolvição do aborto por misericórdia”, disse o Papa, referindo-se ao facto de ter permitido recentemente que qualquer padre possa absolver uma mulher que confesse ter abortado.

O aborto é um pecado gravíssimo, aos olhos da Igreja, que, caso seja praticado de livre vontade e com consciência dessa gravidade, acarreta pena de excomunhão automática. Por isso, para ser absolvido, supostamente era preciso autorização do bispo. O Papa levantou essa condição, de forma a que qualquer padre o possa fazer.

Desde que foi eleito, o Papa comparou o aborto à contratação de um assassino profissional para resolver um problema.

Ainda em conversa com os jornalistas, o Papa disse que já sentiu a angústia das mulheres que se arrependem de abortar. “Quase sempre elas têm de encontrar o seu filho. Muitas vezes, quando choram e têm esta angústia, aconselho-as: ‘O teu filho está no Céu, fala com ele, canta-lhe a canção de embalar que não pudeste cantar’. Então aí encontramos uma via de reconciliação da mãe com o filho.”

“É preciso estar no confessionário para entender bem o drama do aborto. É terrível”, terminou o Papa.

Francisco foi também questionado sobre a situação política e social na Venezuela. Aos jornalistas disse que está ao lado do povo que sofre.

Papa refere-se ao aborto como “crime horrendo” e “pecado gravíssimo"
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