08 fev, 2019 - 22:48 • Teresa Paula Costa
“Missão: todos, tudo, sempre” é o tema do 15º encontro nacional da Pastoral Penitenciária, que decorre nesta sexta-feira e sábado, em Fátima.
O tema vem na sequência do Ano Missionário instituído pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), depois de o Papa ter declarado o último mês de outubro como mês missionário.
Neste sentido, a comissão episcopal da Pastoral Social lança o desafio aos agentes envolvidos nas prisões: que incentivem os reclusos a serem, eles próprios, missionários junto dos outros reclusos.
Segundo D. Joaquim Mendes, da comissão episcopal da Pastoral Social, trata-se de os “envolver também no testemunho e no partilhar com os outros a fé e a experiência cristã, aquilo que enche a sua vida e que lhe dá sentido.”
De acordo com o Coordenador da Pastoral Penitenciária, os reclusos serão quem melhor poderá desempenhar essa missão.
Em entrevista à Renascença, o padre João Gonçalves recordou as palavras que o Papa Francisco dirigiu no México a um grupo de reclusos, segundo as quais os prisioneiros, por terem experimentado o inferno, “são capazes com mais conhecimento de causa e entusiasmo de falar da parte boa das coisas que a vida tem e da ressurreição”.
Mas, para isso é preciso que os próprios agentes da Pastoral Penitenciária mudem a sua mentalidade de capelães e de visitadores, “neste sentido de irmos dar a novidade de Jesus Cristo, criando nos reclusos a capacidade de acolherem Jesus Cristo, com uma nova dinâmica que temos de criar em nós para que depois eles se tornem missionários uns dos outros”, disse o sacerdote, reconhecendo tratar-se de “um sonho” para este ano de pastoral.
Esta sexta-feira foi de partilha de experiências entre os agentes presentes. No sábado, o novo diretor dos serviços prisionais, Rómulo Mateus, participará na sessão de abertura, estando ainda prevista uma conferência sobre “Direitos, liberdades e garantias da pessoa presa”, pelo presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais, Liberdades e Garantias da Assembleia da República, Pedro Bacelar de Vasconcelos.