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Aprovada a canonização do Cardeal Newman

13 fev, 2019 - 12:07

O ex-anglicano inglês foi um grande líder intelectual na Igreja Católica do seu tempo e chegou a cardeal apesar de não ser bispo. Poderá ser canonizado formalmente ainda este ano.

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A Santa Sé anunciou esta quarta-feira a aprovação de um milagre atribuído à intervenção do cardeal John Henry Newman, permitindo que avance a sua canonização.

Nascido em 1801, o cardeal Newman é um dos mais famosos clérigos católicos ingleses dos últimos séculos. Ordenado inicialmente na Igreja Anglicana, iniciou um importante movimento intelectual de reaproximação à tradição católica, acabando por se tornar católico em 1854.

Como Roma não reconhece a validade das ordens anglicanas, Newman teve de ser novamente ordenado para poder exercer o ministério na Igreja Católica. Rapidamente o sacerdote tornou-se uma das figuras mais influentes numa Igreja que ainda enfrentava discriminação num país oficialmente protestante.

Uma das suas grandes causas era a denúncia do liberalismo na religião, que Newman argumentava que levaria necesariamente ao relativismo.

Em 1879 Newman foi nomeado cardeal, apesar de nunca ter sido ordenado bispo. A nomeação foi um reconhecimento do seu grande trabalho intelectual ao serviço da Igreja. O sacerdote aceitou o desafio do Papa Leão XIII pedindo apenas que não fosse nomeado bispo, como era costume quando um padre era elevado ao cardinalato, e que pudesse continuar a viver em Birmingham.

Em 2010 o Papa Bento XVI, que partilha a sua preocupação com a ameaça do relativismo, visitou o Reino Unido e declarou Newman beato. Em 2018 surgiu a informação de que um segundo milagre, necessário, num processo normal, para a canonização, lhe tinha sido atribuído. Trata-se da cura inexplicável de uma mulher que sofria de complicações de saúde potencialmente letais, motivados pela sua gravidez. A investigação ao caso foi desenvolvida pela arquidiocese de Chicago.

O decreto publicado esta quarta-feira não indica uma data para a canonização, mas o postulador da causa, o padre Ignatius Harrison, disse à revista inglesa “Catholic Herald” que espera que seja ainda este ano de 2019.

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